Brasília – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato a presidente pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mudou o tom para conter o clima do “já ganhou” entre os aliados e militantes na corrida contra o seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não existe essa de já ganhou”, disse Lula durante evento que reuniu mulheres em São Paulo, na última quinta-feira.
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A construção do processo eleitoral mobiliza políticos e militantes petistas em todo o país. Apenas para citar um exemplo, durante viagem no começo de março o petista fez escala em Manaus, capital do Amazonas, onde se encontrou com o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD), o deputado federal petista José Ricardo (AM), a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), para prometer defender a Zona Franca de Manaus (ZFM).
A construção do processo eleitoral mobiliza políticos e militantes petistas em todo o país. Apenas para citar um exemplo, durante viagem no começo de março o petista fez escala em Manaus, capital do Amazonas, onde se encontrou com o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD), o deputado federal petista José Ricardo (AM), a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), para prometer defender a Zona Franca de Manaus (ZFM).
De acordo com o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto de Carvalho, a “unidade ampla” com partidos e políticos está em pleno avanço, mas a federação do PT, PCdoB e PV deverá parar por aí, uma vez que PSOL e PSB estão optando apenas por uma coligação. “Decidimos que só vamos decidir a federação após o fim do período da janela partidária”, explica.
A questão com o PSB se resolveu, de acordo com Carvalho, com protagonismo do próprio Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo pelo PSDB, que usou as redes sociais, nessa semana, para dizer que a sua filiação aos socialistas não estava tão acertada assim, o que contraria tuíte do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Dúvida
O clima do “já ganhou” esbarra também em articulações do PT que ainda não estão sacramentadas. Alguns parlamentares petistas ainda têm expectativa de que Guilherme Boulos (PSOL) retire a sua candidatura ao governo de São Paulo e apoie a campanha do petista Fernando Haddad. Em troca, o PT oferece apoio a Boulos nas eleições de 2024, em eventual candidatura à prefeitura paulistana.
Em entrevista ao Correio Braziliense/Diários Associados durante o evento “Ato pela Terra contra o Pacote da Destruição”, Boulos disse que apoia Lula.
No entanto, a posição de Boulos não resume o PSOL. Para o cientista político Ismael Almeida, a estrutura partidária do PT pode ser um trunfo nas negociações de apoio a candidatura de Lula:“O que atrai uma possível aliança é a estrutura partidária do PT, que é um dos maiores partidos do Brasil. Então, eles têm uma estrutura grande, com muito recurso de fundo partidário e também terá fundo eleitoral, tempo de TV”, observou.