Uma pesquisa realizada pela consultoria Oliver Wyman no Brasil e em outros nove países (Estados Unidos, México, Alemanha, França, Itália, Espanha, Reino Unido, Austrália e China) revelou que, para 65% da população, governos e empresas não empregam os esforços necessários para impedir a disseminação de notícias falsas. Foram entrevistadas 125 mil pessoas para a análise.
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Para mais de 80%, no Brasil e no mundo, a desinformação é um problema; mais de 60% estão pessoalmente preocupados em cair nas fake news.Em quais fontes de informação as pessoas mais confiam?
As pessoas acreditam mais na imprensa do que em governos. A nível global, 53% usam a grande imprensa e 50% a mídia local para se informar. Em relação aos governos, menos pessoas (36%) consideram que eles são fontes confiáveis para se informar.Como as pessoas identificam as notícias falsas?
Entre os 125 mil entrevistados nos 10 países, 66% afirmaram que podem identificar notícias falsas rapidamente e 52% têm técnicas que usam para identificá-las.Em relação aos 932 brasileiros participantes do estudo, 74% disseram que as identificam rapidamente, 66% têm técnicas para identificá-las e 23% foram ensinados a diferenciar quando uma notícia é falsa.
Em quais fake news sobre a Covid-19 as pessoas acreditam?
Os chineses são os que mais acreditam que o vírus foi criado e espalhado de propósito: 57% dizem que isso é verdade. Nos demais países o índice fica abaixo de 40%. No Brasil, 37% acreditam nessa suposta conspiração.
Ainda segundo a pesquisa, as pessoas confiam cada vez menos nos governos. Em uma escala de 1 a 5, em que 1 é menos confiável e 5 é mais confiável, na média geral a nota para os governos foi 2.8. No Brasil, o indicador ficou abaixo da média (2.3). O brasileiro é o que menos confia em seu governo, dentre toda a amostra pesquisada.
O índice fica mais próximo de 5 quando analisa a percepção deles em relação aos seus empregadores. Na média geral, a nota foi 3.4. No Brasil, a nota seguiu a tendência de maior aprovação para as empresas (3.3). Apesar das pessoas confiarem mais nas empresas do que em governos, elas exigem um maior engajamento das companhias contra a desinformação.
A maioria (65%) dos entrevistados nos 10 países acreditam que as companhias ainda não estão fazendo o suficiente para combater as fake news. Mais da metade (56%) dos brasileiros têm a mesma opinião sobre a atuação das empresas contra a desinformação.