A pesquisa Quaest/Genial para as eleições 2022 em Minas Gerais, divulgada em primeira mão pelo Estado de Minas nesta sexta-feira (18/3), mostra que a disputa ao governo de Minas pode ser definida pelas alianças aos candidatos para a presidência da República. Enquanto Alexandre Kalil (PSD) pode ter o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Zema deve seguir outro caminho com o presidente Jair Bolsonaro (PL). O levantamento mostra que neste cenário, o prefeito de Belo Horizonte pode ter maior apoio dos eleitores.
Leia Mais
Bolsonaro diz que BH não tem metrô por culpa do 'criminoso barbudo' Lula diz que Bolsonaro tem 'menos poder' que LiraKalil cobra ajuda de Bolsonaro a Minas: 'Ele é muito amigo do governador'Kalil: 'Posso dizer sem medo: fizemos o que devíamos fazer'Kalil prepara discurso para deixar a Prefeitura de Belo HorizonteLula e Bolsonaro consolidam favoritismo para o 2º turno, mostra pesquisaDisputa pelo Senado em Minas tem empate técnico entre três candidatosICMS sobre combustíveis: Zema não garante participar de reunião em BrasíliaMas caso Kalil forme aliança com o petista, a pesquisa mostra que 49% dos eleitores votariam nele. Enquanto 35% mostraram preferência por Zema, se for apoiado por Bolsonaro. Outros 12% não pretendem votar e 4% estão indecisos.
Outros 36% preferem que a disputa ao governo de Minas não seja ligada nem a Bolsonaro nem a Lula. Neste cenário, Zema teria 49% das intenções de voto e Kalil 33%.
Alianças
Lula deixou claro em entrevistas feitas a veículos mineiros que tem intenção de conversar com Kalil quando o prefeito de BH tomar a decisão definitiva de se candidatar ao Executivo estadual. O ex-presidente disse que o PT deveria ter “maturidade” para abrir mão de candidatura própria ao governo de Minas e apoiar Kalil. "Em Minas Gerais, com quem podemos fazer coligação é com o Kalil", afirmou Lula à rádio Itatiaia, garantindo ainda que ainda não conversou com o atual prefeito de BH e que deverá fazê-lo após o dia 27 de março, "quando Kalil deverá ter deixado a prefeitura e estará livre para conversar".
Lula também foi só elogios ao prefeito de BH, a quem chamou de 'companheiro' por mais de uma vez durante a entrevista, e lamentou o PT ter feito lançamento 'vexatório', em 2020, da candidatura do ex-deputado Nilmário Miranda (PT), que disputou a eleição municipal com Kalil. "Ele (Kalil) é um companheiro que está fazendo um bom governo", afirmou o ex-presidente.
Na terça-feira (15/3), Kalil disse que está disposto a ter um diálogo com Lula. “Vai ser um prazer conversar com todo mundo, principalmente com o presidente Lula, que está liderando as pesquisas e tem um histórico de uma posição social muito clara”, disse.
Por outro lado, o governador de Minas foi eleito em 2018 após seu discurso de apoio a Bolsonaro. Cinco dias antes da votação de primeiro turno, a pesquisa Ibope mostrava Zema em terceiro lugar na disputa. Horas depois, em um debate em uma emissora de televisão, o candidato do Novo declarou apoio a Bolsonaro e conseguiu reverter a situação e chegar ao segundo turno e, por fim, ser eleito. Na época, ele adotou o bordão "Bolsozema" na campanha, apesar de não ter recebido apoio oficial.
Para tentar uma reeleição, Zema ainda não chegou a declarar apoio a nenhum pré-candidato até o momento. Enquanto Bolsonaro já afirmou que o atual governador de Minas deve conseguir a reeleição com tranquilidade. "Zema deve ser reeleito agora, tranquilo, não é? Todos os meus contatos com ele foram '10'. Até fora do Brasil, nos Emirados Árabes", disse o presidente, em janeiro.
Metodologia
A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 16 de março, com 1.480 residentes de Minas Gerais entrevistados face-a-face por meio de questionários estruturados.
A margem de erro estimada é de 2.5 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada junto à Justiça Eleitoral sob o protocolo MG-00132/2022.