Políticos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais, nesta sexta-feira (18/03), para atacar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram.
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No Twitter, os ataques aconteceram quase todos no mesmo horário, com diferença de minutos.
A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o Telegram é a única ferramenta onde há liberdade de expressão. “Moraes determinou o bloqueio do Telegram, a única ferramenta atual no qual temos liberdade de expressão. E nem sequer conto com imunidade parlamentar para que minhas palavras alcancem a profundidade da minha revolta. #MoraesTirano”, escreveu.
Em seguida, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) críticou as ações tomadas pelo ministro nos últimos meses. “Alexandre de Moraes determina a suspensão do Telegram no Brasil. Depois de inquéritos inconstitucionais, prisões ilegais e agora censura a mídias sociais. O Brasil já é oficialmente uma ditadura judicial!”, disse.
Em resposta a uma apoiadora, o filho 02 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), disse que tem dúvidas sobre se a decisão de Moraes foi motivada por fins eleitorais.
A deputada Bia Kicis (União Brasil-DF) declarou que o Brasil é “um país inseguro para se investir e se viver”. “Usuários do Telegram que utilizam a plataforma para realizar cursos dos mais diversos temas, assim como donos de outros tipos de negócios, todos legais, estão desnorteados com a decisão de Moraes”, concluiu.
Perdendo seguidores
Um dos primeiros membros da ala política do Telegram, o presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu mais de 1 milhão de seguidores com o bloqueio. Na página do chefe do Executivo federal, apoiadores podiam acompanhar notícias do governo.
A política no Telegram
A migração da política para o Telegram aconteceu depois que o movimento de direita decidiu boicotar Facebook, Instagram e Twitter. As redes vêm marcando ou suspendendo mensagens negacionistas durante a pandemia de COVID-19, apagando fake news, barrando perfis, alertando sobre discursos extremistas.
A ida dos políticos para o aplicativo aconteceu depois que o Twitter apagou a conta do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que usou a rede social para incitar a invasão ao Capitólio, sede do Legislativo norte-americano.
O WhatsApp, que durante as eleições foi usado como trunfo para a campanha de Bolsonaro, é administrado por Mark Zuckerberg, mesmo "dono" do Facebook e Instagram.
Com a entrada dos nomes da direita no Telegram, outros políticos também adotaram a plataforma.
Bloqueio
O ministro Alexandre de Moraes determinou, nesta sexta-feira (18/03), que o aplicativo de mensagens Telegram seja bloqueado em todo Brasil.
A decisão do magistrado ocorreu após tentativas de contato do Judiciário brasileiro com a empresa dona do aplicativo.
O Telegram não possui escritório em território nacional, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou uma série de ofícios solicitando reuniões com representantes da empresa para tratar sobre o combate a fake news.
O ministro fixou multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. "Por fim, a multa diária fixada em decisão anterior será majorada em R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), a partir da intimação da empresa Telegram", diz o documento.
O ministro fixou multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. "Por fim, a multa diária fixada em decisão anterior será majorada em R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), a partir da intimação da empresa Telegram", diz o documento.
Moraes ainda decidiu que pessoas físicas ou jurídicas que tentarem violar as regras poderão ser multadas em até R$ 100 mil.