Depois de anunciar sua filiação ao PSB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin afirmou ontem que o Brasil vive um “tempo de mudança”. Alckmin é cotado para ser vice-presidente na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O tempo da mudança chegou! Depois de conversar muito e ouvir muito, decidir caminhar com o Partido Socialista Brasileiro. O momento exige grandeza política, espírito público e união”, escreveu o ex-governador.
A aliança entre Lula e Alckmin começou depois da necessidade do petista de ter alguém de centro o apoiando. Com o discurso mais voltado para esta área ideológica, Alckmin é visto por muitos como “par ideal” para o petista. “A política precisa enxergar as pessoas. Não vamos deixar ninguém para trás. Nosso trabalho para ajudar a construir um país mais justo e pronto para o enfrentamento dos desafios que estão postos está só começando”, disse o ex-tucano.
Integrante do PSDB desde a função do partido, Alckmin deixou a legenda em dezembro do ano passado, após discordar do predomínio do governador de São Paulo, João Doria, que passou a comandar o partido no estado e no país, vencer as prévias na disputa pela candidatura tucana ao Palácio do Planalto, que ainda precisa ser referendada na convenção da legenda.
A mudança de partido sinaliza mais um passo para a aliança com Lula. Em janeiro deste ano, Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, disse que o ex-governador só será vice de Lula se não quiser. “Ele é convidado (a se filiar ao PSB), bem-vindo e só não vem se não quiser”, disse o presidente do PSB durante entrevista. “Também só não será vice se o presidente Lula não quiser”, afirmou também Siqueira em fevereiro passado, durante a mesma entrevista.
Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, derrotado por Doria nas prévias do PSDB, afirmou ontem, em uma série de postagens, que está “sensibilizado” pela carta assinada por um grupo de correligionários tucanos para que não saia do partido. Ele avalia convite do PSD para se filiar e disputar a Presidência da República.
“Eu quero mudar o Brasil. E estou conversando com muitos que têm esse mesmo sentimento e vontade. Naturalmente, o PSDB é a conversa primeira e fundamental, já que é meu partido há mais de 20 anos”, disse Leite.