O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (PL) ser vítima ‘perseguição política’ ao ser perguntado pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, durante entrevista à rádio Jovem Pan, se não se sentia em meio a um ‘cerco jurídico’. Salles se referia aos sete processos a que o presidente responde no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal (TSE).
“Procuramos jogar dentro das quatro linhas, sabemos o que está em jogo em outubro deste ano (data dos dois turnos eleitorais)”, respondeu o presidente, para em seguida afirmar ser vítima 'de uma perseguição implacável' por parte do ministro do STF Alexandre de Moraes.
“Sabemos da posição do Alexandre de Moraes. É claro, não é uma novidade o que vou falar: é uma perseguição implacável para cima de mim. Tivemos momentos difíceis no ano passado, quando o TSE julgou a possibilidade da cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por fake news. Acredite, eu até respondi processos no TSE por abuso do poder econômico. Deveria ter sido arquivado de ofício”, disse Bolsonaro.
Segundo Bolsonaro, apesar de afirmar que não acredita em pesquisas eleitorais ('fraudulentas ou parte da população está mal informada"), os diversos levantamentos de intenção de voto para a disputa eleitoral demonstram que a chamada terceira não será viabilizada e que a disputa deverá ficar polarizada entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010).
“Me querem fora de combate e o Lula eleito”, disse o presidente.
Forças Armadas
Bolsonaro também voltou a duvidar, durante a entrevista, da lisura das urnas eletrônicas. Ele afirmou que “dá para fazer eleições limpas” no país, desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolha as sugestões das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas.Os 712 riscos constatados no relatório das Forças Armadas são apontados no Planalto como a principal fonte de incerteza sobre a lisura das eleições.
Entre as principais listadas por militares escolhidos por Bolsonaro para a produção da lista de suposta vulnerabilidades das urnas eletrônicas são política antivírus, backup e senhas de corte.
O TSE respondeu aos questionamentos feitos pela comissão de militares. Entretanto, o presidente demonstrou na entrevista desta segunda-feira seguir desconfiado da lisura do pleito com o uso das urnas eletrônicas, em vez do voto impresso, conforme vem defendendo não é de hoje.