O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), anunciou nesta segunda-feira (21/3) que não será candidato ao governo de São Paulo e vai concorrer a uma vaga como deputado federal. A decisão foi tomada, segundo Boulos, depois de conversas com apoiadores, colegas e companheiros de partido.
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Lula agradece MST pela vigília durante prisão: 'Lavava minha alma'Pesquisa BTG-FSB: governo é maior culpado por aumento do combustívelDepois de Lula chamar Moro de 'mentiroso', ex-juiz critica: 'Omite roubo'Carlos Bolsonaro: 'Moro não deu um pio sobre o Telegram. Terceira via? Ok'“Tomei a decisão de ser candidato a deputado federal por uma razão: ajudar a construir uma grande bancada de esquerda no Congresso. Hoje o Centrão governa o Brasil. Precisamos ter força para a Reforma Trabalhista, o Teto de Gastos e aprovar mudanças populares”, escreveu Boulos ao anunciar candidatura.
De acordo com líder dos sem-teto, que teve 40,62% nas eleições municipais de São Paulo contra 59,38% de Bruno Covas, o que está “em jogo” não é “apenas ganhar uma eleição”, mas tirar o Brasil “do buraco e resgatar a esperança”.
“Eleger Lula é decisivo, mas vamos precisar de um Congresso que expresse os interesses populares. Quero estar na linha de frente desta batalha”, declarou.
Em seguida, Boulos citou o filho “03” do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas últimas eleições, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) conquistou a marca de deputado mais bem votado da história.
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“No nosso estado, temos outro desafio: derrotar Eduardo Bolsonaro. Não podemos deixar que seja de novo o deputado mais votado. SP precisa dar outra mensagem: derrotar Bolsonaro na presidência e seu filho na Câmara dos Deputados. Vamos sem medo! Vamos com esperança!”, escreveu.
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“No nosso estado, temos outro desafio: derrotar Eduardo Bolsonaro. Não podemos deixar que seja de novo o deputado mais votado. SP precisa dar outra mensagem: derrotar Bolsonaro na presidência e seu filho na Câmara dos Deputados. Vamos sem medo! Vamos com esperança!”, escreveu.
A pressão de Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem articulando a candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) para o governo do estado. Nos bastidores, o petista vinha negociando a retirada da candidatura de Boulos e também do ex-governador Márcio França (PSB).
Para Lula, a candidatura de Haddad é primordial para caso vença as eleições presidenciais, ter maior apoio político.
Segundo pesquisa Quaest (SP-03634/2022) divulgada na última semana, o pré-candidato do PT ao governo paulista, Fernando Haddad é quem lidera a corrida no estado, com 24% das intenções de voto. Boulos só aparecia na 4ª posição, com 7%.
Agora, a mudança de trajetória de Boulos deve impulsionar ainda mais o nome de Haddad.
Questionado sobre um eventual apoio a Haddad, Boulos disse que a decisão cabe ao conjunto do PSOL. "O Haddad é hoje o candidato que está melhor posicionado dentro do campo progressista. Mas essa definição não é individual minha".