A primeira rodada da pesquisa BTG-FSB, divulgada ontem, aponta a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto, conforme indicam também outras pesquisas ao longo dos últimos meses. No levantamento, com resposta espontânea, o petista aparece com 43% das intenções de voto e o atual chefe do Executivo com 29%. Ambos têm amplo favoritismo sobre os demais pré-candidatos, que, com percentual somados, não passam de 24%. São eles Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos), João Doria (PSDB), André Janones (Avante), Simone Tebet (MDB) e Felipe d'Ávila (Novo). O Instituto FSB ouviu duas mil pessoas, entre 18 e 20 de março. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-09630/2022.
Vale lembrar que todos precisam passar pelas convenções partidárias para a escolha dos candidatos majoritários (presidente, governadores e senadores) e proporcionais (deputados federais e estaduais), que poderão ocorrer de forma presencial, virtual ou híbrida, entre 20 de julho a 5 de agosto. As convenções das federações deverão ocorrer de maneira unificada, como a de um único partido.
A pesquisa indica que um candidato de terceira via como alternativa à polarização não decolou, pelo menos até agora. Quem aparece melhor é o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, com 9%, seguido pelo ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, com 8%. No cenário estimulado, apenas 5% dos eleitores não escolheram nomes. Lula lidera as intenções de voto com 43%. Bolsonaro aparece com 29%, seguido de Ciro (9%), Moro (8%), Doria, Leite e Janones (todos com 2%), Simone Tebet (1%) e Felipe D’Ávila (3%). Brancos/nulos e não sabe ou não respondeu, 1%. Na disputa de segundo turno, Lula tem 54%, contra 35% de Bolsonaro. Nessa simulação, apenas 11% dos eleitores não votariam em um dos dois.
A pesquisa também aferiu a aprovação da forma de governar de Bolsonaro. Ao todo, 61% dos entrevistados desaprovam a gestão federal, enquanto 34% dizem que aprovam, 3% não aprovam nem desaprovam e 1% não sabe ou não respondeu. Bolsonaro e Doria são os dois candidatos mais rejeitados na corrida presidencial. Segundo o levantamento, 59% não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum nas eleições de outubro, enquanto 54% não escolheriam Doria. Moro fecha o “pódio”, com 49%. Lula e Ciro completam o top 5, ambos com 41%.
Lula tem a maior porcentagem na resposta dos entrevistados de que seria o único em quem votaria, com 35%. Bolsonaro é o segundo, com 29%. Moro, com 8%, e Ciro, com 6%, são os próximos, seguidos de empate em 2% de três nomes: Doria, Leite e Janones.
Já o nome que poderia ser votado ou em mais algum outro, Ciro lidera, com 46%. Moro tem 37%; Doria, 31%; Leite, 23%; Lula, 22%; e Bolsonaro, 15%. Nesse mesmo universo, o pré-candidato mais desconhecido é d'Ávila, com 67% das respostas, seguido de Janones, 61%; Tebet, 59%; Leite, 40%; e Doria, o último com dígitos duplos, com 12%. Por fim, nessa parte em que potencial de voto e rejeição são aferidos, 1% diz não saber ou não respondeu aos questionamentos.
O levantamento mostra que os entrevistados consideram Lula o pré-candidato ao Planalto mais preparado para os chamados “temas de agenda”. Em todos os cenários, o petista lidera, seguido por Bolsonaro. Redução da pobreza, combate à pandemia, redução de impostos, promoção do crescimento da economia brasileira, controle do aumento de preços, geração de empregos, manutenção ou mesmo ampliação de programas sociais de distribuição de renda e combate à corrupção foram os temas citados.
O primeiro item é o que Lula tem maior porcentagem de respostas, com 51%, e maior distância para Bolsonaro, com 23% das escolhas. O combate à corrupção é o pior quesito de Lula e o mais parelho com o rival, com 30% de respostas para Lula e 29% para Bolsonaro, maior índice do atual presidente.
COMBUSTÍVEIS
O governo federal é o maior responsável pelo aumento nos preços dos combustíveis. É o que aponta também a pesquisa BTF-FSS. O percentual de responsabilização pela alta da gasolina, do diesel, do álcool e do gás chega a 29% dos entrevistados. A política de preços da Petrobras aparece na sequência, com 22%. Os governadores, por causa dos impostos estaduais, significam 21%. O aumento do preço do petróleo como causa do reajuste provocado pela guerra na Ucrânia corresponde a 18%, enquanto 5% consideram que todos esses fatores levam ao aumento, 1% não considera nenhum dos citados e 4% não sabem ou não responderam.
ENQUANTO ISSO...
...Boulos disputará vaga na câmara
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Guilherme Boulos (PSol), anunciou ontem sua desistência de concorrer ao governo de São Paulo e disse que busca, agora, uma vaga na Câmara dos Deputados. “Depois de muito diálogo com companheiros de partido e analisar o cenário, decidi ser candidato a deputado federal. Defendo a unidade da esquerda para derrotar os tucanos e o bolsonarismo no estado de SP”, disse Boulos em suas redes sociais. Segundo ele, além de apoiar a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência, é preciso construir uma grande bancada de esquerda no Congresso para combater o Centrão e defender os interesses populares. O Psol discute agora se apoiará Fernando Haddad (PT) na disputa pelo governo de São Paulo.