"Sexta-feira eu devo fazer um discurso lá (na prefeitura), e não vamos falar nisso (saída da prefeitura), se não perde a expectativa do meu discurso", disse, nessa quarta, em entrevista coletiva após visita ao Complexo Público Veterinário de Belo Horizonte, no Bairro Madre Gertrudes, Região Oeste da capital mineira. A Prefeitura de BH informou que o pronunciamento acontecerá às 15h de sexta.
A expectativa é de que Kalil saia da Prefeitura de BH visando às eleições de 2022. Em meio ao segundo mandato como prefeito, a tendência é que Kalil dispute no pleito, em outubro, o cargo de governador de Minas Gerais. Caso a saída se concretize, Fuad Noman (PSD), hoje vice-prefeito belo-horizontino, assume como prefeito.
Além do então prefeito de BH, colocam-se na disputa nomes como Romeu Zema (Novo), governador mineiro em primeiro mandato, Carlos Viana (MDB), senador, e Vittorio Medioli (PSD), prefeito de Betim, cidade da Região Metropolitana de BH. Kalil teve conversas com Lula (PT), pré-candidato à Presidência da República em 2022, mas disse que nada foi definido quanto a um possível apoio e afirmou foco no trabalho como chefe do Executivo.
"Isso aí (apoio do Lula) está longe ainda. Eu ainda sou prefeito, estou pensando em inaugurar hospital, fazer o bem para esta cidade, enquanto eu estiver cuidando dela não tem conversa separada", disse. "Teve um bate-papo, não foi reunião", completou.
Por fim, Kalil disse que está aberto a conversar com figuras políticas das mais variadas, não somente com Lula e apoiadores. O prefeito de BH complementou afirmando que não tem ideologia e que está em busca de pessoas que fazem o bem.
"Não aconteceu nada, ainda nada, e qualquer conversa vamos pôr para frente. Nós não estamos amarrados a ninguém, nós não temos ideologia nenhuma, nós queremos gente humana que faça bem para quem precisa. Então, é esse o nosso negócio fazer bem. Gente que quer mudar esse país, fazer o bem para quem precisa de receber o bem, nós vamos escutar todo mundo, não é só o Lula não", afirmou.
O PT, partido de Lula, observa de perto a questão envolvendo o prefeito de BH e o ex-presidente da República, que já comandou o país entre 2003 e 2010. Reginaldo Lopes (PT-MG), deputado federal de Minas Gerais, é um nome considerado pela legenda caso ela opte por lançar um candidato próprio e o apoio a Kalil não se concretize. Outro ponto é uma possível mudança de partido de Kalil ou Medioli se ambos confirmarem a candidatura, já que os dois são filiados ao PSD. Ainda há busca por um nome ligado ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que deve tentar a reeleição este ano.
Kalil foi eleito prefeito de BH pela segunda vez nas eleições de 2020, com 63,36% dos votos válidos no primeiro turno. Já em 2016, na primeira vez que disputou um cargo político, o hoje prefeito venceu com 52,98% no segundo turno.
Já Zema, provável grande rival de Kalil e dos demais candidatos e também considerado “outsider” da política, tentou um cargo político pela primeira vez em 2018, quando venceu o pleito. O político do Novo venceu com 71,80% dos votos válidos no segundo turno.
As eleições de 2022 acontecem em 2 de outubro, primeiro turno, e, onde necessário, 30 de outubro, para o segundo turno. Além de governadores e presidente, o eleitor também definirá novos deputados estaduais, deputados federais e senadores.