Jornal Estado de Minas

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Brasil reforça o combate à mediocrização do ódio, diz Pacheco

 

Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o Brasil avançou no combate ao discurso de ódio. Ele destacou a figura da escritora alemã Hannah Arendt, mais precisamente de sua obra, Eichmann, durante a abertura do 1° Seminário Nacional sobre o Holocausto, Discurso de Ódio e a Banalização, promovido pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e realizado na manhã desta quarta-feira (23/3), na Câmara dos Deputados.





 

Pacheco trouxe a obra à sociedade brasileira e destacou os importantes avanços feitos na última década, no que tange o combate aos discursos de ódio, como o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que estendeu todos os direitos civis aos homossexuais e a decisão que equipara o crime de homofobia ao crime de racismo para efeitos penais. “Mais recentemente, o combate que tem sido travado por toda a sociedade e os níveis de governo contra as fake news marca importante avanço no sentido de conter os crimes de ódio”, pontuou.

A obra conta a história do julgamento do executor Adolf Eichmann, um funcionário do governo alemão que, sem uma autorreflexão, cumpria sua função, assassinar pessoas para o Estado Alemão Nazista. Ele foi julgado e condenado ao final da guerra. Pacheco lembrou a questão da autora.

 

“Hannah Arendt perguntou: como os alemães permitiram que o Holocausto acontecesse? Como pessoas normais, em princípio boas, como a maioria das pessoas nos mais diversos tempos e países, foram condescendentes com o genocídio injustificável de judeus, homossexuais, negros e outras minorias durante o Terceiro Reich?”, questionou.





“A conclusão de Arendt, ao final dessa obra, que é de importância singular para a filosofia contemporânea, é a de que devemos estar sempre vigilantes para que coisas como as que aconteceram na década de 30 do século passado não se repitam”, afirmou o senador.

 

O parlamentar lembrou também da guerra na Ucrânia e que o mundo volta as suas atenções a um conflito na Europa. “Há quase um século após o seu início, o Holocausto ainda é um tema vivo na história e na memória mundiais. Combater discursos de ódio é o que o século XXI nos impõe, na tentativa de tentar impedir, mais uma vez, o avanço da banalização do mal”, finalizou.