O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) criticou a postura do governador de São Paulo, João Doria, durante as prévias do PSDB em novembro de 2021. De acordo com o parlamentar, foram "constrangedores os métodos utilizados por Doria para ganhar" a corrida que escolheria o candidato tucano à Presidência nas eleições de 2022.
A declaração foi dada em entrevista ao programa CB.Poder desta quarta-feira (22/3), após ele defender uma reabertura da discussão para mudar a indicação de Doria. Questionado se não seria constrangedor voltar à estaca zero, já que Doria tem as equipes econômica e de marketing formadas, ele foi categórico a dizer que 'constrangedor' foi o comportamento do governador durante a corrida pelo posto.
"Eu acho que isso são coisas naturais da política. Constrangedor talvez tenham sido os métodos utilizados para ele (Doria) vencer as prévias, alterando votos de última hora, inclusive de parlamentares, com todo tipo de promessa", pontuou o político.
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"Naquele momento sim, foi um erro. Eu tinha uma proposta formal, como membro da Executiva Nacional, para que elas ocorressem agora em março. Porque mais próximo do ambiente eleitoral é claro que a realidade da política influencia nessas decisões. Mas houve o resultado das prévias e passaram-se quatro meses e nosso candidato de lá pra cá, ao invés de crescer, diminuiu a intenção de votos e aumentou a rejeição", declarou.
O deputado, então, defendeu o nome de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, como o ideal para concorrer ao cargo de chefe do Executivo, e chamou o resultado das prévias de 'camisa de força'. "A realidade é que não podemos ficar presos a essa camisa de força dessas prévias que foram ganhas, principalmente, pela força da máquina do governo de São Paulo. Nosso esforço é para que Eduardo Leite, candidato que ao meu ver mostra a renovação da política brasileira e do PSDB", pontuou.
Aécio revela que o empenho dele é para que Leite deixe o posto de governador e seja avaliado pelo partido como candidato. "Ele tem um governo extremamente exitoso no Rio Grande do Sul e tem uma capacidade de alianças muito maior do que qualquer outro candidato hoje colocado na disputa federal. Nosso esforço é para que ele permaneça no PSDB, renuncie o governo do RS até 12 de abril e seja um nome a ser avaliado, a ser submetido a esse conjunto de forças do chamado centro democrático, que inclui o Cidadania, que estará federado conosco", pontua.