O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou, neste domingo (27/03), pedido do Partido Liberal (PL), partido de Jair Bolsonaro (PL), para proibir manifestações políticas no Lollapalooza Brasil, festival de música que acontece na cidade de São Paulo entre a última sexta-feira (25) e este domingo. O presidente da República foi o principal alvo das manifestações, com xingamentos e gritos contrários da plateia e de artistas diversos.
Segundo Raul Araújo, relator do processo, manifestações que "fazem clara propaganda eleitoral em benefício de possível candidato a presidente" estão vedadas. Além disso, também está proibida "a realização ou manifestação de propaganda eleitoral ostensiva e extemporânea em favor de qualquer candidato ou partido político por parte dos músicos e grupos musicais que se apresentem no festival". O artista está sujeito a multa de R$ 50 mil.
O PL entrou com a ação no TSE nesse sábado (26). "Eis porque a manifestação política em mais de um show, uma em absoluto desabono ao pré-candidato Jair Bolsonaro e outra em escancarada propaganda antecipada em favor de Luiz Inácio (Lula da Silva) negativa e antecipada além de promoverem verdadeiro showmício, sendo indiferente se o evento foi custeado pelo candidato ou se o mesmo esteve presente no ato", diz o partido, que também tentou suspender o evento.
A primeira grande manifestação de uma artista foi de Pabllo Vittar, que cantou na sexta. A cantora pop gritou "fora, Bolsonaro" na apresentação e, posteriormente, ao descer na plateia, carregou e estendeu uma bandeira com o rosto de Lula (PT), pré-candidato nas eleições presidenciais de 2022 - assim como Bolsonaro.
Já nesse sábado, foi a vez de Emicida protestar contra o presidente. "Bolsonaro, vai tomar no cu", afirmou o rapper, depois de falar para pessoas de 16 a 18 anos tirarem o título de eleitor para votarem nas eleições deste ano. Em meio aos dois casos e aos vários shows, os gritos entoados por Pabllo e Emicida foram presença garantida em meio ao festival.