Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, pediu demissão do cargo, nesta segunda-feira (28/3), após ser acusado de tráfico de influência e corrupção.
Pastor da igreja presbiteriana, Ribeiro foi o quarto ministro da Educação e teve um mandato repleto de denúncias e polêmicas.
Pastor da igreja presbiteriana, Ribeiro foi o quarto ministro da Educação e teve um mandato repleto de denúncias e polêmicas.
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Confira os escândalos do MEC sob o comando de Milton Ribeiro
Homofobia
Ribeiro fez algumas declarações consideradas homofóbicas quando ainda era ministro da Educação e chegou a ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo crime de homofobia.
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", o pastor disse que o "homossexualismo" acontece em "famílias desajustadas".
Inclusão de surdos e Universidade para "poucos"
Ribeiro também causou polêmica ao falar sobre a inclusão de surdos e mudos nas escolas. Na época, ele discursou contra a integração desses alunos em escolas públicas.
"Nós temos hoje 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência", disse Ribeiro. Depois da repercussão, ele pediu desculpas nas redes sociais.
Ribeiro ainda disse, dias antes, que a universidade deveria ser um espaço de acesso "para poucos".
"Tem muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande", disse.
"Tem muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande", disse.
Interferência no Enem
Em 2021, menos de três semanas antes da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Ribeiro foi acusado de tentar interferir na prova.
Na época, 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pela prova, entregaram seus cargos na entidade.
Na época, 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pela prova, entregaram seus cargos na entidade.
O pedido de demissão em massa aconteceu, segundo os servidores, por "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima" do órgão.
Antes disso, Ribeiro já havia dito também que queria ter acesso prévio ao Enem para evitar questões de "cunho ideológico".
Fotos em Bíblia
Ribeiro foi acusado de distribuir Bíblias com a sua imagem em um evento do Ministério da Educação (MEC) em Salinópolis (PA), a 220 quilômetros de Belém.
O ministro chegou a alegar que autorizou a produção de Bíblias com a sua imagem, porém, com a distribuição gratuita delas em um evento de cunho religioso.
Corrupção
O principal motivo da saída do ministro foi a crise que se estendeu na última semana. Ribeiro foi acusado de tráfico de influência dentro da pasta da Educação.
O jornal "Folha de S. Paulo" revelou um áudio que mostra o ministro, em uma reunião com prefeitos, dizendo que, a pedido de Bolsonaro, repassa verbas do ministério a municípios escolhidos por pastores.
Depois da divulgação dos áudios, também começaram a surgir denúncias de prefeitos de que os pastores favorecidos no MEC cobravam propina dos municípios para a liberação das verbas.