Belo Horizonte tem, oficialmente, um novo prefeito a partir desta terça-feira (29/3). Trata-se de Fuad Noman (PSD), ex-vice-prefeito e que substitui Alexandre Kalil (PSD) no posto - Kalil renunciou para disputar o cargo de governador de Minas Gerais nas eleições de 2022, em outubro. A posse de Fuad aconteceu na Câmara Municipal de BH, onde a reportagem do Estado de Minas questionou alguns dos 41 vereadores sobre a mudança.
gestão de Kalil, eleito pela primeira vez em 2017 e reeleito em 2020 - desta vez com Fuad como vice. Marcado pelas críticas à gestão Kalil, Nikolas Ferreira (PRTB) comemorou a saída do agora pré-candidato ao Governo de Minas da prefeitura.
A reportagem buscou vereadores belo-horizontinos considerados contrários, favoráveis e tidos como "neutros" quanto à
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"Qualquer coisa é melhor que o Kalil. Eu acredito que durante esse tempo, infelizmente ele não planejou, não teve nenhum tipo de previsão, de tratamento que BH merecia. Somos a capital do estado, mas infelizmente ele lidou durante a pandemia de uma maneira muito descuidada com a cidade. Eu senti uma falta de diálogo, mas não fui eu quem impediu uma lista de vereadores que tivessem acesso a secretaria", afirmou.
Em complemento, Nikolas tratou de uma palavra abordada por todos os parlamentares ouvidos pela reportagem: diálogo. O vereador espera que Fuad Noman saiba conduzir as conversas com os integrantes do Legislativo da capital mineira.
"Hoje estou presente mostrando de fato para o que eu vim, que é conversar, dialogar, tentar buscar o melhor para a nossa cidade. Então, eu acredito que agora o Fuad tem oportunidade de fazer algo diferente: corrigir os erros da gestão passada e conseguir colocar BH onde ela merece", diz.
Duda Salabert (PDT) é outra parlamentar que espera mais diálogo por parte de Fuad Noman, substituto de Kalil. Segundo a vereadora, a mais votada da história da cidade, com 37.613 votos em 2020, o momento pede maior diálogo para enfrentar uma crise socioeconômica.
"Eu espero que essa nova gestão seja marcada pelo diálogo. Vivemos um contexto de uma crise socioeconômica ímpar na história e não existe outra forma de superar essa crise que não seja pelo diálogo entre os poderes Executivo, Legislativo, tanto esfera municipal quanto estadual e federal, essa é a minha expectativa, espero que não me frustre", afirmou.
O vereador Álvaro Damião (União Brasil), que já foi vice-líder de governo na Câmara de BH, não chega a pedir mais diálogo, mas afirma que, com Fuad, a prefeitura pode se aproximar do Legislativo. Com o novo prefeito, Damião considera que não terá problemas quanto ao atendimento.
"A expectativa é muito boa. O estilo Kalil, que é um estilo dele, da pessoa dele, é um estilo diferente do Fuad. Não que o Kalil não deixasse o diálogo, não que o Kalil não quisesse as pessoas participando do mandato dele. Posso falar porque eu nunca tive problema nenhum com o Alexandre, todas as vezes que pedi, tive agenda com ele não só para dialogar como para resolver demandas", começou.
"Nunca tive problema. Mas a gente sabe que o jeito Kalil de ser acaba fazendo com que pessoas da própria Câmara, outros vereadores que não aceitam isso, não dialogassem e usassem essa falta de diálogo como motivo para não ir à prefeitura. O Fuad é outro tipo de pessoa, jeito de governar e acredito que não teremos esse tipo de problema", completou Damião.
A relação entre a Prefeitura de BH (PBH) e a Câmara de BH neste segundo mandato começou boa, mas acabou deteriorando por uma série de motivos. Por exemplo, duas Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) foram abertas, além de projetos do Executivo terem sido rejeitados.
A presidente da Câmara de BH, Nely Aquino (Podemos) afirmou, durante a posse de Fuad nesta terça, que Fuad terá o espaço aberto para o diálogo. "Prefeito Fuad Noman, o senhor encontrará nesta Casa apoio, o diálogo e o respeito necessários para que possa administrar Belo Horizonte. O que esperamos do seu governo é reciprocidade às nossas intenções. Essa Casa tem prerrogativas que seguem e quer seguir votando e aprovando o que é de interesse público.", disse Nely, em discurso de tom apaziguador.