Depois de Romeu Zema (Novo) dizer que vai vetar os reajustes adicionais dados pelos deputados estaduais de Minas Gerais aos servidores da saúde, da educação e da segurança pública, o presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), disse que o governador precisa "honrar a palavra". Nesta quarta-feira (30/3), os parlamentares aprovaram, em segundo turno, texto que recompõe em 10,06% os salários do funcionalismo, como forma de compensar a inflação. O documento, no entanto, tem gatilhos que garantem índices extras a três categorias.
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Zema vetará reajuste superior a 10% para servidores: 'Não temos como pagar''Não é compatível': nova secretária da Saúde vai deixar cargo no CRM-MGALMG aprova aumento de 10% a servidores com reajuste extra a 3 categoriasZema culpa Assembleia por atraso de obras rodoviárias: 'Politicagem'Deputados querem barrar veto de Zema, mas aumento extra pode ir à JustiçaNos termos originais do reajuste, os 10,06% causariam impacto anual de R$ 4,99 bilhões nos cofres públicos mineiros. Durante a tramitação, no entanto, emendas deram 14% adicionais aos servidores da segurança, mobilizados desde fevereiro por causa do descumprimento de um acordo feito em 2019. Servidores da saúde também teriam majoração extra de 14%.
À educação, por sua vez, a ideia é assegurar o cumprimento do piso nacional do magistério, que determina aumento de 33,24% nos vencimentos pagos durante este ano. Assim, os trabalhadores da rede estadual de ensino teriam os salários crescidos em mais de 40%.
Segundo a base aliada a Zema no Legislativo, as novas diretrizes gerariam mais R$ 9 bilhões de custo. Verba que, segundo o governador, não existe.
"Como já disse antes, o reajuste de 10% pra todos os servidores de Minas é o limite que a situação do Estado permite no momento. Qualquer valor acima será vetado pois não temos como pagar. Entre ser responsável com o futuro ou voltar ao desequilíbrio do passado, sigo na primeira", postou o governador, também nas redes sociais, pouco depois de os deputados aprovarem o texto.
Novo capítulo após o iminente veto
O projeto de lei (PL) do reajuste segue, agora, para as mãos de Zema. Ele tem até 5 de abril para oficializar os vetos às emendas e, também, a manutenção dos artigos originais sobre o aumento de 10%. Depois, os trechos riscados por ele retornam à Assembleia, que tem a prerrogativa de anular a decisão e fazer valer a versão aprovada em plenário.Cinquenta dos 77 deputados estaduais votaram favoravelmente ao texto com os acréscimos feitos durante a tramitação. O número faz os defensores das emendas acreditarem que será possível derrubar o iminente veto.
Mesmo na base aliada a Zema, não houve voto contrário ao projeto. Integrantes do grupo optaram pela abstenção. A estratégia foi para evitar prejuízos ao artigo que trata dos 10,06% originalmente previstos.