Pré-candidato ao governo de Minas Gerais, o senador Carlos Viana acertou nesta sexta-feira (01/04) a filiação ao Partido Liberal (PL). Ele quer ter o apoio de Jair Bolsonaro e, por isso, ingressou na agremiação do presidente da República. Viana estava no MDB há apenas três meses, mas temia que uma eventual aliança nacional entre os emedebistas, o Novo, o PSDB e o União Brasil tornasse inviável sua participação na corrida rumo ao Palácio Tiradentes.
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Deputados Domingos Sávio e Sargento Rodrigues se filiam ao PL de BolsonaroAssembleia de Minas: Andréia de Jesus sai do PSOL e vai para o PTViana se filia ao PL para ser o candidato de Bolsonaro ao governo mineiroMesmo sem filiar Kalil, PSB deve apoiar ex-prefeito ao governo de MinasApós 'fico', PDT cogita Duda Salabert como candidata a deputada federalPimentel defende apoio do PT a Kalil: 'Não há por que não estarmos juntos'Sob pressão, Moro conversa com Leite e Tebet por 'união do centro'Agostinho Patrus, favorito para ser o vice de Kalil, troca o PV pelo PSDAs tratativas sobre a possível filiação do senador ao PL começaram com o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, ex-ministro do Turismo e pré-candidato ao Senado por Minas. Depois, Viana falou com Flávio Bolsonaro, que articula nacionalmente a campanha do pai à reeleição. O martelo foi batido hoje, em reunião no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
"Conversamos e chegamos a um acordo. O presidente Jair Bolsonaro colocou que não seria possível continuar no MDB. Isso deixaria o apoio dele muito fragilizado - e me chamou para filiar ao PL. Na mesma hora, aceitei", afirmou.
Agora, há, inclusive, a possibilidade de Viana assumir a liderança do governo Bolsonaro no Senado.
A filiação de Viana ao MDB foi selada em 20 de dezembro do ano passado. À época, o discurso era de aproveitar a chegada dele para aglutinar o partido. O senador garantiu que, quando chegou às fileiras emedebistas, foi bem recebido pelos agora ex-colegas.
"Sou muito agradecido ao partido e ao deputado Newton Cardoso Júnior . Mas, no contexto nacional, MDB, PSDB, União e Novo estão se juntando em um acordo em torno de uma terceira via. Isso muda o cenário estadual", assinalou.
A reportagem tenta, desde a tarde desta sexta, contato com Newton Júnior para obter o posicionamento do MDB a respeito da saída de Viana. Se houver resposta, este texto será atualizado. Apesar disso, a reportagem apurou que houve quem fosse pego de surpresa com a transferência do pré-candidato.
Além de Zema, Viana vai enfrentar, na disputa eleitoral, o outrora correligionário Alexandre Kalil, do PSD. O senador, inclusive, deixou de ser pessedista porque nutria o plano de tentar ser governador, mas não vislumbrava espaço para disputar a indicação com o ex-prefeito de Belo Horizonte.
Em março, pesquisa Quaest/Genial mostrou que o senador tem 5% das intenções de voto na disputa pelo Palácio Tiradentes. Ele está atrás dos líderes Romeu Zema, com 34%, e Kalil, com 21%.
André Janones (Avante) e Cleitinho Azevedo, agora no PSC, somaram, respectivamente, 7% e 6%, e estão tecnicamente empatados com o mais novo liberal.
PL mineiro garante alinhamento a Bolsonaro
Viana contou que pretende trazer o presidente da República a Minas Gerais para pelo menos três visitas ao longo dos próximos meses. Ao longo da janela partidária, período para que políticos troquem de legenda sem risco de perda de mandato, os liberais mineiros arremataram a filiação de diversos parlamentares alinhados ao presidente da República. O prazo para as trocas se encerra às 23h59 de hoje.Na Câmara dos Deputados, o PL mineiro filiou nomes como Eros Biondini, Junio Amaral, Léo Motta e Emidinho Madeira. Na Assembleia Legislativa, a "enxurrada" de adesões teve, por exemplo, Sargento Rodrigues, Bruno Engler e Coronel Sandro. Nikolas Ferreira, vereador de Belo Horizonte, também ingressou no partido.