Diferentemente de Alexandre Kalil (PSD), que tem o deputado estadual Agostinho Patrus, agora no PSD, como favorito para ser seu companheiro de chapa na disputa pelo governo de Minas Gerais, o entorno de Romeu Zema (Novo) ainda debate a melhor opção para ocupar o posto de vice do pré-candidato à reeleição. Nomes como os dos deputados federais Marcelo Aro (PP) e Bilac Pinto (União Brasil) são cogitados. Mateus Simões, filiado ao Novo e ex-secretário-geral do Palácio Tiradentes, é outro em pauta.
Apesar das possibilidades, o grupo de Zema quer esperar a definição dos partidos que vão compor a coligação para definir os rumos. A possibilidade de uma coalizão nacional em torno de uma “terceira via” presidencial também pode afetar o cenário local.
Apesar das possibilidades, o grupo de Zema quer esperar a definição dos partidos que vão compor a coligação para definir os rumos. A possibilidade de uma coalizão nacional em torno de uma “terceira via” presidencial também pode afetar o cenário local.
Desde o ano passado, Zema admite publicamente a necessidade de se juntar a outros partidos na eleição de outubro. Quando foi eleito pela primeira vez, o político do Novo estava amparado por uma chapa “puro-sangue”. Desta vez, Podemos, PP e Agir devem caminhar com o governador.
Para mais vídeos explicativos como este, acesso canal do #PRAENTENDER
As três siglas, componentes da base aliada ao Executivo na Assembleia Legislativa, defendem a escolha de Aro para a vaga de vice-candidato. O parlamentar é o líder do governo estadual na Câmara dos Deputados. O Avante, outra legenda governista, também tem boas chances de engrossar o bloco.
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As três siglas, componentes da base aliada ao Executivo na Assembleia Legislativa, defendem a escolha de Aro para a vaga de vice-candidato. O parlamentar é o líder do governo estadual na Câmara dos Deputados. O Avante, outra legenda governista, também tem boas chances de engrossar o bloco.
“A lógica, tanto para a vaga de (candidato ao) Senado, quanto para a vaga de vice, é que seja uma construção dos partidos da coligação. Primeiro, precisamos acabar de entender quais são esses partidos”, disse Mateus Simões ao Estado de Minas.
Embora tenha deixado oficialmente o governo por causa da pretensão de disputar algum cargo eletivo neste ano, Simões tem papel importante nas conversas sobre o futuro de Zema. O atual vice-governador, Paulo Brant, deixou o Novo em 2021, rumo ao PSDB. O ex-secretário crê que há possibilidade de atrair os tucanos à aliança eleitoral. “Não teria motivos para a gente não caminhar com o PSDB – e acredito que a gente tem conversas produtivas, ainda, para manter com o União”, afirma.
Federações partidárias
Na visão do articulador, as tratativas sobre o vice-candidato e o ocupante da vaga ao Senado Federal deveriam, no cenário ideal, ser aprofundadas neste mês. A prerrogativa dada aos partidos para a formação de federações, no entanto, deve atrasar para maio o estreitamento do debate.
“Bilac é o nome mais óbvio do União e Brant é o nome mais óbvio do PSDB. Aro é o nome mais óbvio do PP, como o meu é o nome natural do Novo. Esses nomes são repetidos porque são óbvios — o que não significa que sejam esses os nomes. Para nós, é mais importante construir esse projeto comum, com o que vai ser defendido, do que chegar a um nome ou outro”, assegura.
A boa relação de Zema com parte do MDB, agora sem Viana
O senador Carlos Viana, outro pré-candidato ao Executivo estadual, trocou o MDB pelo PL na sexta-feira. Além de querer ter o apoio formal do presidente Jair Bolsonaro, também do PL, ele temia que a formação de uma aliança federal dos emedebistas com PSDB, Novo e União inviabilizasse a sua participação na disputa. A boa relação de Zema com parte do MDB, agora sem Viana
"Sou pré-candidato. Estou decidido e é definitivo. O que preciso é de um lugar que me dê segurança e tranquilidade como tenho, agora, por parte do presidente do PL", disse o parlamentar.
A passagem de Viana pela antiga legenda durou apenas três meses. No Novo, há quem veja com certa simpatia a hipótese de composição com o MDB em prol de Romeu Zema. Segundo Mateus Simões, não existem tratativas sobre o assunto porque, até a manhã de sexta, os emedebistas tinham o senador como pré-candidato.
"É uma conversa que tem de começar agora. Mas, claro: é possível, sim. Temos uma relação muito positiva com a bancada federal do MDB. E, com a bancada estadual, a relação com alguns dos deputados é antiga e muito positiva", pontuou.
Na semana passada, a cúpula nacional emedebista reconduziu o deputado federal Newton Cardoso Júnior à presidência do partido em Minas Gerais. O novo mandato vai até julho de 2023. Em novembro último, um mês antes da filiação de Viana, ele chegou a convidar Zema para engrossar as fileiras da agremiação.
"Sabemos que a união, de fato, vai ser o mote de recuperação de Minas Gerais em 2022. Sei que, hoje, o senhor (Zema) tem a confiança de seu partido em todo o país. É uma referência nacional", falou, à época.
Em que pese a boa relação de parte dos emedebistas com Zema - caso de Newton Júnior, vale lembrar que Sávio Souza Cruz, foi o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a gestão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Bolsonaro começa a erguer palanque
Em fevereiro, o senador Flávio Bolsonaro veio a Minas Gerais para tentar convencer Zema a apoiar a reeleição do pai. O governador, contudo, sinalizou que pretende prestigiar Felipe d'Ávila, presidenciável do Novo.
Agora, com a chegada de Viana ao PL e a oficialização do também liberal Marcelo Álvaro Antônio como pré-candidato ao Senado, o presidente da República começa a construir, de fato, um palanque em Minas Gerais. Atrelar a imagem dele à figura de Bolsonaro é uma das apostas de Carlos Viana, que pode assumir a liderança do Palácio do Planalto no Senado.
"Minas Gerais tem muitos resultados que são graças ao governo federal. A própria estabilidade que o estado tem para pagar os salários em dia, boa parte vem dos recursos repassados pelo Ministério da Economia."
Do outro lado, a equipe de Zema assegura que uma hipotética parceria com Bolsonaro nunca esteve nos planos.
"Nunca foi factível imaginar que o palanque do governador fosse ser o palanque de Bolsonaro em Minas Gerais. Isso era muito claro para a gente. Acho que, agora, fica claro para os demais observadores", assinala Mateus Simões.
À época da visita de Flávio ao estado, aliados do governador já eram enfáticos ao apontar que uma associação a Bolsonaro não traria ganhos à campanha.
Em março, pesquisa Genial/Quaest divulgada pelo EM mostrou que, em um cenário onde Zema, apoiado por Bolsonaro, enfrentasse Kalil tendo o aval de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-prefeito venceria por 49% a 35%. Os números são opostos ao cenário geral da eleição neste momento, em que Zema derrotaria o adversário por 34% a 21%.