O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi ao Twitter, neste domingo (3/4), para debochar da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura militar. Em 1972, grávida, ela foi colocada, por agentes da repressão, com uma jiboia em uma sala escura.
Leia Mais
PRTB vai à Justiça pedir a cassação de Nikolas Ferreira, vereador de BHMesmo sem filiar Kalil, PSB deve apoiar ex-prefeito ao governo de MinasTrocas partidárias fortalecem Bolsonaro nas regiões Sul e SudesteAdriano Pires desiste de assumir a presidência da PetrobrasO xadrez político da campanha presidencial das eleições de 2022Profissional de imprensa do "Grupo Globo", Miriam foi presa quando tinha 19 anos. Trancada em um batalhão do Exército localizado em Vitória (ES), ela perdeu 11 dos 39 quilos que pesava quando chegou.
"Fiquei presa ali, no 38º Batalhão. Os torturadores vieram de fora e, depois, sumiram. Eles trouxeram a cobra. Eu lembro que chamavam o pior dos torturadores, o dono da cobra, de doutor Pablo", disse a jornalista, em 2014, ao "Observatório da Imprensa".
Repercussão negativa
Nas redes, colegas e políticos se solidarizaram com Miriam. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) chamou Eduardo Bolsonaro de "canalha", "covarde" e "imbecil"."Esse infeliz debocha da dor de uma mulher que sofreu na ditadura, regime instalado por gente da laia do seu pai. O Brasil não merece essa família ordinária", indignou-se.
"Minha solidariedade à jornalista e meu compromisso de seguir lutando para acabar, definitivamente, com o Bolsonarismo", endossou a parlamentar Fernanda Melchionna (PSOL-RS).
Vera Magalhães, apresentadora do "Roda Viva", da "TV Cultura", também repudiou as declarações do deputado.
"Miriam Leitão foi torturada grávida pela ditadura que essa família apoia. O deputado federal por São Paulo faz um comentário nojento e indigno desse. A infâmia está tão normalizada que faz o que faz e não sofre nenhuma punição do conselho de ética. Pessoa baixa".
Na semana passada, quando o golpe militar completou 58 anos, Bolsonaro voltou a ignorar as mortes, desaparecimentos e prisões ocorridas durante o regime para exaltar o período.
"Quem esteve no governo naquela época fez a sua parte. O que seria do Brasil sem as obras do governo militar? Não seria nada, seria uma republiqueta", falou.