Até março, o PSD tentava emplacar Pacheco como pré-candidato ao Planalto. O parlamentar, no entanto, descartou completamente a hipótese. Ciro, por sua vez, tem tentado se firmar como uma espécie de "terceira via" para desbancar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), os líderes das pesquisas.
"Apresentei os encaminhamentos dados pela presidência do Senado no sentido de buscarmos soluções para os principais desafios do país, como a aprovação do projeto de lei que alterou a regra de incidência do ICMS sobre os combustíveis para ajudar a frear a constante alta dos preços", disse Pacheco. "O ex-governador Ciro Gomes demonstrou profundo conhecimento dos temas e apontou possíveis caminhos para o desenvolvimento do país", emendou.
Tive a honra e a alegria de ter sido convidado para almoçar com o presidente do Senado Rodrigo Pacheco . Conversamos muito sobre o Brasil ! @rpsenador @senadorcidgomes
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Fotos: Pedro Gontijo / Senado Federal pic.twitter.com/uFmm9aDFZu
"Tive a honra e a alegria de ter sido convidado para almoçar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Conversamos muito sobre o Brasil", pontuou Ciro.
Recebi, nesta quarta-feira, acompanhado do senador Cid Gomes, o pré-candidato do PDT à Presidência da República, o ex-governador Ciro Gomes, para um almoço, em Brasília, no qual discutimos os principais problemas do Brasil. (+) pic.twitter.com/3H7pEl8GIN
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A mais recente pesquisa XP/Ipespe, divulgada nesta quarta, aponta o pedetista na quarta posição da corrida presidencial, com 7% das intenções de voto. Lula, o líder, soma 44%; Bolsonaro, 26%. Na terceira posição, aparece Sergio Moro (União Brasil), com 7%. O levantamento, no entanto, foi feito em março — e, desde a semana passada, o ex-juiz está às voltas com seu novo partido sobre a dimensão do projeto que irá encampar.
PDT tenta atrair PSD para palanques regionais
O partido de Ciro tenta, a exemplo de um acordo feito no Rio de Janeiro, se aliar regionalmente à legenda de Pacheco. Em solo fluminense, há a ideia de uma chapa em torno de Rodrigo Neves (PDT) e Felipe Santa Cruz (PSD). O desejo é que o desempenho nas pesquisas defina quem será o candidato ao governo e quem ocupará o posto de vice.
Em Minas Gerais, Ciro tem relação próxima a Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao governo. A aproximação do ex-prefeito de Belo Horizonte a Lula, no entanto, fez com que o PDT lançasse o ex-deputado Miguel Corrêa como possível concorrente ao Palácio Tiradentes. Assim, se Kalil se unir a Lula, os trabalhistas não ficarão sem palanque formal.
A "dobradinha" Santa Cruz-Neves no Rio, aliás, chegou a servir de inspiração para os pedetistas mineiros quando Ciro esteve em BH, em fevereiro.
"O que queremos é ver se a gente consegue, pelo menos inicialmente, no nível estadual, repetir o acordo feito no Rio. E buscando com essa aproximação, naturalmente, a chegada a um acordo nacional para que possamos ficar juntos [na eleição]", projetou, à época, o deputado federal Mário Heringer, presidente do PDT em Minas Gerais.