O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan Bolsonaro, compareceu na Polícia Federal, na tarde desta quinta-feira (7/4), para prestar depoimento. A corporação apura a possível prática dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
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"Ele não vai se manifestar, sob minha orientação. Temos, aqui, a maior vítima de fake news. Renan Bolsonaro nunca marcou reunião, nunca ganhou carro, nunca ganhou dinheiro", disse Wassef à imprensa.
Segundo o advogado, Jair Renan não irá se manifestar por orientação jurídica. Ele ainda atribuiu a investigação a um plano da oposição para atingir o governo. "Isso é um ataque, uma investigação aberta pela esquerda brasileira. Pelo deputado Ivan Valente, pelo senador Randolfe Rodrigues. É uma investigação baseada em mentiras", disse. "O objetivo disso é atacar a imagem do presidente Jair Bolsonaro", afirmou.
De acordo com a investigação da PF, Jair Renan teria atuado junto ao governo em benefício da própria empresa. O inquérito foi aberto em março de 2021, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), com base em denúncia apresentada por parlamentares de oposição a Bolsonaro.
A PF tenta ouvir Jair Renan há quatro meses, ainda sem sucesso. Ele já havia sido intimado em dezembro, por meio da sua defesa, mas não compareceu ao depoimento.
O documento do inquérito indica que houve associação do filho do presidente com outras pessoas "no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade. O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários".
Entenda
A Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empresa de Jair Renan, foi criada no fim do ano passado. A produtora que prestava serviços para o governo federal bancou a cobertura de fotos e vídeos na festa de inauguração do empreendimento.
A PF investiga se a empresa foi criada para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Outro ponto que chamou atenção dos investigadores foi que o grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção — e tem interesses junto ao governo federal — presenteou Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil.