Em evento com lideranças do PT e do PSB, em hotel na Zona Sul de São Paulo, foi oficializada nessa sexta-feira (8/4) a pré-candidatura a vice-presidente do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano. A confirmação das candidaturas e da chapa dependem, agora, das convenções partidárias.
Sem citar o nome do principal adversário na disputa eleitoral, conforme o registro das pesquisas eleitorais, o presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula e Alckmin fizeram menção ao presidente e, ainda, às disputas eleitorais no passado –a partir da redemocratização do País, em 1985, quando, em 1989, PT e PSDB, partido no qual Alckmin até recentemente estava filiado, eram adversários.
Em se tratando de Bolsonaro, Alckmin disparou “É um governo (de Bolsonaro) que atenta contra a democracia e as instituições. O resultado é a violência, a fome e a miséria e 30% de desemprego entre jovens”, enumerou o ex-governador.
Lula foi mais enfático em sua fala ao chamar Bolsonaro de ‘ genocida’ ao citar a política de combate à pandemia do novo coronavírus.
“Metade das mortes ( em decorrência da covid-19) tem que ser jogada nas costas de um presidente genocida”, atacou Lula, lembrando as declarações e o comportamento de Bolsonaro, que defendeu o uso de remédios não comprovados pela ciência para o tratamento da doença, desdenhou do uso de máscaras e do isolamento social, atrasou a compra de vacinas no país e, ainda, em seu governo, suspeitas de corrupção no Ministério da Saúde, foram apuradas pela CPI da Covid, no Senado.
Somar esforços
Alckmin abriu o seu discurso afirmando que o cenário pede agora “somar esforços para reconstrução de nosso País”. Para em seguida complementar: Não é hora de egoísmo, mas de generosidade, de União. Política não é um ato solidário. Quero somar esforços a Lula”.
Lula endossou o discurso do hoje aliado lembrando que, embora adversários no passado, ele e Alckmin – sem deixar de citar outros dirigentes tucanos, entre eles nomeou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra -, sempre mantiveram uma “polarização respeitosa”.
O ex-presidente destacou também que, ao contrário, hoje, o que se vê no País é uma ‘política de ódio’ – numa referência ainda que velada ao governo do atual presidente, que teria instalado no Palácio do Planalto, conforme aliados e adversários, o chamado ‘ gabinete do ódio’, comandado pelo filho 02 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (RJ/Republicanos). “Onde adversário não é adversário, é inimigo. E não é para ser vencido, mas abatido”, disse Lula.