A Polícia Federal concluiu que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), recebeu propinas do grupo J&F, do empresário Joesley Batista. O relatório final, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (8/4), indicou a existência dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Leia Mais
Eduardo Bolsonaro sobre chapa Lula-Alckmin: 'Nunca foi tão fácil escolher''Quem acredita em pesquisa, acredita em Papai Noel também', diz BolsonaroBolsonaro ri e debocha de foto de Lula e Alckmin nas redes sociaisAlckmin é indicado pré-candidato a vice de Lula: 'Hora de somar esforços'Ciro Nogueira sobre eleição: 'Ruas cheias para Bolsonaro, vazias para Lula'Em tom de campanha, Bolsonaro volta a criticar medidas para conter COVID-19Bolsonaro: 'Não podemos deixar que dois ou três queiram impor ditadura'Com o documento, cabe ao STF enviar o material ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que deve decidir se apresenta denúncia contra o político ou se arquiva o caso.
De acordo com a corporação, o repasse ilegal de dinheiro teve início em 2014, para garantir o apoio do PP à campanha da reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff.
De acordo com a corporação, o repasse ilegal de dinheiro teve início em 2014, para garantir o apoio do PP à campanha da reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff.
"Joesley Mendonça Batista, por solicitação de Edson Antônio Edinho Silva e auxiliado por Ricardo Saud, fez repasses de vantagens indevidas para Ciro Nogueira Lima Filho, visando a garantir o apoio do Partido Progressista às eleições da Presidente Dilma Rousseff, no ano de 2014”, diz trecho do documento.
“Parte da vantagem indevida foi encaminhada ao Partido Progressista, por determinação de Ciro Nogueira Lima Filho, por intermédio de doação eleitoral oficial, como consta nos recibos da prestação de campanha. Outra parte, cerca de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) foi repassado em espécie, por intermédio do Supermercado Comercial Carvalho, para Gustavo e Silva Nogueira Lima, irmão de Ciro Nogueira, que se incumbiu da tarefa de pegar o dinheiro e repassar para Ciro Nogueira", relatou a PF.
A investigação teve início com base na delação premiada dos executivos do grupo J&F. No entanto, a PF afirma que obteve provas independentes que reiteraram os relatos.
O delegado federal Rodrigo Correia, responsável pelo caso, diz que "Ciro Nogueira aceitou a proposta" e, assim, a reunião foi adiada em algumas semanas.
"O pagamento dessa vantagem foi feito em 17/3/2017, na residência de Joesley Mendonça Batista, na presença de Ricardo Saud (J&F). Na ocasião, foi dito a Ciro Nogueira que o pagamento seria realizado, a partir daquele dia, de forma parcelada, de 15 em 15 dias, sendo que o valor de cada parcela seria R$ 500.000,00", escreveu o delegado.
Outro lado
Ciro Nogueira é presidente do PP desde abril de 2013. Em nota, a defesa afirmou que estranha o relatório da Polícia Federal “pois a conclusão é totalmente baseada somente em delações que não são corroboradas com nenhuma prova externa”.
Os advogados afirmaram que estão à disposição do poder Judiciário. “Com plena convicção que a verdade prevalecerá. O império das delações falsas e dirigidas não mais se sustenta”, concluiu a defesa.