Por unanimidade, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou ontem o voto do relator Delegado Olim (PP), que pediu a cassação do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), conhecido como 'Mamãe Falei'. Votaram a favor da cassação: Maria Lúcia Amary, Barros Munhoz, Enio Tatto (PT), Adalberto Freitas (PSDB), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim, Erica Malunguinho (Psol), Campos Machado (Avante), Marina Helou e Estevam Galvão (União).
A decisão agora segue para plenário. A sessão foi marcada por confusão do lado de fora da Assembleia e briga entre deputados. Mulheres ucranianas aguardavam do lado de fora da Alesp junto com apoiadores do deputado, em sua maioria homens. O pedido de cassação foi feito após a divulgação de mensagens do parlamentar consideradas sexistas sobre as refugiadas ucranianas.
Arthur do Val usou a estratégia de atacar. “A verdade é que todos aqui me odeiam, toda a minha conduta. Vamos tirar a parte de ser combativo, esses fatos menores que eu não uso carro, não uso verba de gabinete, fundo eleitoral, isso irrita todo mundo. Eu já sei que sou odiado, e a verdade é que esse processo de cassação não é um processo de cassação pelos meus defeitos, e sim pelas minhas virtudes”, falou do Val.
Durante discurso, Mamãe Falei admitiu que errou, mas ponderou que o erro não foi tão grande ao ponto de perder sua cadeira na Alesp. “Não é pelo que eu falei, é por quem eu sou. A eleição é em outubro, vamos ver o resultado em novembro? Porque se vocês querem destruir o que eu estou fazendo, sinceramente, este não é o caminho”, garantiu. “Eu quero pedir desculpas às mulheres que se sentiram ofendidas, mas eu deixo claro o seguinte: vocês vão cortar minha cabeça, mas vão nascer mais no lugar.”