O governador Romeu Zema (Novo) comparou, nesta quarta-feira (13/4), a derrubada do veto a reajustes complementares a três categorias do funcionalismo público aos pais que "deixam" os filhos se drogar. A declaração foi dada um dia após os deputados estaduais de Minas Gerais anularem a decisão dele de barrar aumentos a profissionais da segurança pública, da saúde e da educação.
"No setor público deveríamos ter gente mais corajosa, que tem vontade de falar 'não'. O que esses deputados fizeram é o que um pai faz quando o filho pede qualquer barbaridade: 'Ah, quero comprar isso'. Compra, mesmo não tendo recurso para pagar. 'Quero me drogar'. Deixa o filho [se] drogar. A vida não é desse jeito. A vida é feita com responsabilidade", disse, durante evento em Varginha, no Sul mineiro, onde assinou ordem de serviço para obra na MG-167.
O governador concedeu recomposição salarial de 10,06% a todos os servidores, mas na Assembleia Legislativa, durante a tramitação do projeto de lei sobre o tema, parlamentares inseriram emendas que incrementam parte dos reajustes. Aos trabalhadores da saúde e da educação, há mecanismo que garante adicional de 14%; na educação, o percentual extra é de 33,24%, conforme os termos do piso nacional do magistério.
Ontem, 55 dos 77 deputados estaduais votaram pela derrubada do veto. Apenas três parlamentares se manifestaram em prol da manutenção do ato do governador - Bartô (PL), Guilherme da Cunha e Laura Serrano (ambos do Novo). Horas após a oficialização do revés no Parlamento, o Palácio Tiradentes anunciou que vai à Justiça a fim de tentar impedir os pagamentos extras.
"Na minha opinião, faltou coragem de encarar a realidade. [Minas Gerais é] um estado falido, que até quatro meses atrás quitava o 13° em dez pagamentos. Um estado que precisa atender à população com medicamentos, escolas e segurança. É um estado que precisa ser responsável", disparou Zema.
O acréscimo de 10% a todos os vencimentos mensais, segundo o governo, traria impacto anual de R$ 5 bilhões. Com os índices especiais destinados a agentes de segurança, profissionais da educação e trabalhadores da saúde, o poder Executivo estima ter de desembolsar mais R$ 9 bilhões a cada 12 folhas de pagamento.
"É muito fácil fazer benesses sem ter recursos e viver só de promessas. É o que já aconteceu no passado. Na minha gestão, não. Sou responsável e encaro a realidade", protestou o governador. "Gostaria muito de dar um aumento de 40% ou 50%, mas não posso ser irresponsável e dar o que não tenho. O que posso dar é 10%; quando puder dar 30%, vou dar", pontuou.
Os estranhamentos entre Romeu Zema e os integrantes da Assembleia têm se acumulado nos últimos anos. Ontem, o presidente do Parlamento, Agostinho Patrus (PSD), de quem o governador é adversário político, foi às redes se isentar de culpa pelo placar de 55 a 3 - pelo cargo que ocupa, Agostinho não tem direito a voto nas reuniões plenárias.
"Perde em uma semana por 50 votos a 0 e na outra semana por 55 a 3. Ainda quer dizer que a culpa é de alguém que nem sequer vota? Promessa é feita para ser cumprida e mentira tem perna curta", escreveu, em menção ao resultado da votação em segundo turno do projeto dos reajustes, ocorrida antes do veto.
O líder da oposição a Zema na Assembleia, André Quintão (PT), crê que, mesmo com a judicialização do tema, as recomposições concedidas pela Assembleia não deixarão de constar nas contas bancárias dos servidores.
"Se ele judicializar, o debate vai para outra esfera. Mas já existe, por exemplo no caso do piso nacional [dos professores], uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) de que o piso seja pago, porque é uma legislação federal, está na Constituição mineira. Esperamos que a Justiça, caso ele de fato judicialize, esteja do lado do povo mineiro, principalmente daquele que depende da escola pública, do Sistema Único de Saúde (SUS) e precisa da segurança pública".
O governador, por sua vez, afirmou em Varginha que o professorado, hoje, tem condições superiores às vistas na gestão de Fernando Pimentel (PT), que o antecedeu.
"Quem é professor, sabe que há três anos e três meses tínhamos escolas caindo aos pedaços e uma merenda que era sopa de arroz e feijão. Professor aposentado não recebia férias-prêmio. Conosco, tudo isso é passado. Temos merenda de primeiríssima, reformamos mais de 1,3 mil escolas, [há] salário em dia", alfinetou.
"No setor público deveríamos ter gente mais corajosa, que tem vontade de falar 'não'. O que esses deputados fizeram é o que um pai faz quando o filho pede qualquer barbaridade: 'Ah, quero comprar isso'. Compra, mesmo não tendo recurso para pagar. 'Quero me drogar'. Deixa o filho [se] drogar. A vida não é desse jeito. A vida é feita com responsabilidade", disse, durante evento em Varginha, no Sul mineiro, onde assinou ordem de serviço para obra na MG-167.
O governador concedeu recomposição salarial de 10,06% a todos os servidores, mas na Assembleia Legislativa, durante a tramitação do projeto de lei sobre o tema, parlamentares inseriram emendas que incrementam parte dos reajustes. Aos trabalhadores da saúde e da educação, há mecanismo que garante adicional de 14%; na educação, o percentual extra é de 33,24%, conforme os termos do piso nacional do magistério.
Ontem, 55 dos 77 deputados estaduais votaram pela derrubada do veto. Apenas três parlamentares se manifestaram em prol da manutenção do ato do governador - Bartô (PL), Guilherme da Cunha e Laura Serrano (ambos do Novo). Horas após a oficialização do revés no Parlamento, o Palácio Tiradentes anunciou que vai à Justiça a fim de tentar impedir os pagamentos extras.
"Na minha opinião, faltou coragem de encarar a realidade. [Minas Gerais é] um estado falido, que até quatro meses atrás quitava o 13° em dez pagamentos. Um estado que precisa atender à população com medicamentos, escolas e segurança. É um estado que precisa ser responsável", disparou Zema.
O acréscimo de 10% a todos os vencimentos mensais, segundo o governo, traria impacto anual de R$ 5 bilhões. Com os índices especiais destinados a agentes de segurança, profissionais da educação e trabalhadores da saúde, o poder Executivo estima ter de desembolsar mais R$ 9 bilhões a cada 12 folhas de pagamento.
"É muito fácil fazer benesses sem ter recursos e viver só de promessas. É o que já aconteceu no passado. Na minha gestão, não. Sou responsável e encaro a realidade", protestou o governador. "Gostaria muito de dar um aumento de 40% ou 50%, mas não posso ser irresponsável e dar o que não tenho. O que posso dar é 10%; quando puder dar 30%, vou dar", pontuou.
Impasse amplia 'racha' entre poderes
Os estranhamentos entre Romeu Zema e os integrantes da Assembleia têm se acumulado nos últimos anos. Ontem, o presidente do Parlamento, Agostinho Patrus (PSD), de quem o governador é adversário político, foi às redes se isentar de culpa pelo placar de 55 a 3 - pelo cargo que ocupa, Agostinho não tem direito a voto nas reuniões plenárias.
"Perde em uma semana por 50 votos a 0 e na outra semana por 55 a 3. Ainda quer dizer que a culpa é de alguém que nem sequer vota? Promessa é feita para ser cumprida e mentira tem perna curta", escreveu, em menção ao resultado da votação em segundo turno do projeto dos reajustes, ocorrida antes do veto.
O líder da oposição a Zema na Assembleia, André Quintão (PT), crê que, mesmo com a judicialização do tema, as recomposições concedidas pela Assembleia não deixarão de constar nas contas bancárias dos servidores.
"Se ele judicializar, o debate vai para outra esfera. Mas já existe, por exemplo no caso do piso nacional [dos professores], uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) de que o piso seja pago, porque é uma legislação federal, está na Constituição mineira. Esperamos que a Justiça, caso ele de fato judicialize, esteja do lado do povo mineiro, principalmente daquele que depende da escola pública, do Sistema Único de Saúde (SUS) e precisa da segurança pública".
O governador, por sua vez, afirmou em Varginha que o professorado, hoje, tem condições superiores às vistas na gestão de Fernando Pimentel (PT), que o antecedeu.
"Quem é professor, sabe que há três anos e três meses tínhamos escolas caindo aos pedaços e uma merenda que era sopa de arroz e feijão. Professor aposentado não recebia férias-prêmio. Conosco, tudo isso é passado. Temos merenda de primeiríssima, reformamos mais de 1,3 mil escolas, [há] salário em dia", alfinetou.