O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou, nesta quarta-feira (13/4), a coligação com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e a indicação de Geraldo Alckmin para o posto de vice-candidato na chapa presidencial encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva.
O aval dado pelo diretório nacional petista reforça o ato feito na semana passada pelos pessebistas para oficializar a indicação de Alckmin e celebrar a aliança entre o ex-presidente da República e o ex-governador de São Paulo. A homologação da dobradinha, no entanto, depende das convenções dos dois partidos, que vão ocorrer entre julho e agosto.
A cúpula do PT deu "sim", ainda, às propostas que o partido pretende levar à mesa de debates com PV e PCdoB. Os partidos, que planejam formar uma federação partidária, precisam chegar a um consenso sobre um estatuto único e, também, a respeito da formulação de uma carta com as propostas para o país.
"Nossa política de alianças e a tática eleitoral, que já estão em construção e serão definitivamente aprovadas no Encontro Nacional de 4 e 5 de junho, apontam para a ampliação política necessária para derrotar Bolsonaro, num processo eleitoral que já se revela o mais duro desde a redemocratização do país", lê-se em trecho de resolução divulgada pela Executiva nacional do PT.
O texto assinala que o PT busca unificar as legendas à esquerda e, também, ampliar o apoio a Lula por meio de alianças com siglas do "campo democrático".
"A coligação nacional com o PSB, que apresentou formalmente o nome do ex-governador Geraldo Alckmin para compor a chapa como candidato a vice-presidente de Lula, será importante passo na direção almejada. Confirmará nossa disposição de, no governo, implementar um programa de reconstrução e transformação do Brasil, ampliando nossa base social".
Ex-rivais agora falam em somar esforços
Lula e Alckmin estiveram em campos políticos opostos por muito tempo. Em 2006, o segundo turno da eleição presidencial foi disputada por ambos – à época, o ex-governador era filiado ao PSDB. Na sexta (9), quando falaram juntos – e publicamente – pela primeira vez sobre a união, eles adotaram discurso similar."Não é hora de egoísmo, mas de generosidade, de união. Política não é um ato solitário. Quero somar esforços a Lula", pontuou Alckmin.
Lula, por sua vez, teceu crítica indireta a Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que, mesmo quando PT e PSDB polarizavam a política nacional, havia respeito.
"Era uma política civilizada. A gente terminava um comício em qualquer lugar do país. Entrava em um restaurante. Estavam pessoas com camisa do PSDB, nos cumprimentávamos. Hoje isso não é possível".