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Estado de Minas GOVERNO

TCU investiga superfaturamento em compra de Viagra pelas Forças Armas

Tribunal de Contas da União quer saber também se houve "desvio de finalidade" na aquisição dos remédios


14/04/2022 04:00 - atualizado 14/04/2022 07:29

Bolsonaro
Jair Bolsonaro, presidente da República: "A gente apanha todo dia de uma imprensa que tem muita má-fé e ignorância, não procura saber por que comprou os seus 50 mil comprimidos de Viagra. Mas faz parte" (foto: EVARISTO SÁ/AFP)
 Brasília – O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo, ontem, para investigar a compra pelo Exército de 35 mil comprimidos de citrato de sildenafila, popularmente conhecido como Viagra. A apuração foi aberta após denúncia feita pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que apontou “desvio de finalidade”, além da comprovação de superfaturamento de 143% na aquisição. O medicamento é usado para tratamento de disfunção erétil.

O ministro Weder de Oliveira foi designado relator do caso no TCU. Dados do processo de compra das Forças Armadas mostram 5.120 comprimidos de 25mg, ao preço unitário de R$ 3,65, em 7 de abril de 2021, para atender à Marinha. No dia 14 do mesmo mês, porém, outro processo foi aberto pelo Exército, e cada comprimido saiu por R$ 1,50. Já o deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) apresentou requerimento na Câmara para que seja instaurada comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a aquisição do medicamento.

Em nota, as Forças Armadas se posicionaram sobre a compra. O Ministério da Defesa defendeu o uso do medicamento nos casos de hipertensão arterial pulmonar. “A aquisição de sildenafila visa ao tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar (HAP). Esse medicamento é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de HAP”, disse.

A Marinha do Brasil também manteve o posicionamento. “HAP é uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar e que se trata de "uma doença grave e progressiva que pode levar à morte”. A maior parte dos comprimidos, 28.320 unidades, são destinados à Marinha. Outros 5 mil comprimidos foram aprovados para o Exército, e outros 2 mil para a Aeronáutica.

DEFESA

O presidente Jair Bolsonaro (PL) procurou justificar a compra dos remédios. “As Forças Armadas compram Viagra para combater a hipertensão arterial e, também, as doenças reumatológicas. Foram 30 e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha e eu não peguei da Aeronáutica, mas deve perfazer o valor de 50 mil comprimidos. Com todo o respeito, isso é nada. A quantidade para o efetivo das três forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas”, disse, durante café da manhã com pastores evangélicos, no Palácio da Alvorada.

 “Então, a gente apanha todo dia de uma imprensa que tem muita má-fé e ignorância, não procura saber por que comprou os seus 50 mil comprimidos de Viagra. Mas faz parte”, completou.


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