Morreu, nessa sexta-feira (15/4), o general de divisão reformado do Exército Brasileiro Newton Cruz, aos 97 anos, no Hospital Central do Exército no Rio de Janeiro. O militar é figura emblemática da Ditadura Militar brasileira. Ele foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações, entre 1977 a 1983, e do Comando Militar do Planalto. Ele deixa quatro filhos.
Leia Mais
Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, cancela ato de apoio a LulaDeputado entra com ação contra Bolsonaro por redução de 25% do IPIKalil faz primeiras inserções na TV com críticas a Zema e BolsonaroMotociata de Bolsonaro tem participação de 3.700 motosMorre, aos 87 anos, o major Curió, que combateu a Guerrilha do AraguaiaBolsonaro quer reunião com WhatsApp para debater acordo com o TSEEgídio Ferreira Lima, ex-deputado de Pernambuco, morre aos 92 anosEm 2010, em entrevista a TV Globo, o general comentou o episódio e afirmou que algo no mesmo sentido não teria como acontecer nos dias atuais. "O Brasil hoje vive uma democracia. Com os jornalistas que temos hoje, querer colocar mordaça nesses profissionais, não consegue nem com um pitbull na frente. Não põe, não adianta", disse.
O militar nasceu no Rio de Janeiro em 24 de outubro de 1924. Entrou no Exército em 1941. Promovido a general-de-brigada em abril de 1976, foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária - 4ª DE, Pouso Alegre (MG). Deixou o regimento de cavalaria que comandava em Minas Gerais em setembro de 1977, sendo nomeado para exercer o cargo de chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI). Em 1981, recebeu a patente de general-de-divisão.
Em 1983, Newton Cruz foi acusado de ter participação no assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, ex-diretor da extinta revista O Cruzeiro. O jornalista foi assassinado no Rio de Janeiro e um dossiê publicado pela revista Veja apontou que Newton Cruz era o mais interessado na morte dele. Ele foi julgado pelo crime e absolvido em 1992.
O general chegou a cumprir 10 dias de prisão em 1990 após declarações contra o então presidente Fernando Collor de Melo. Cruz teria tido que "um estadista que só tivesse uma bala na agulha deveria usá-la na cabeça".
O velório de Newton Cruz será realizado na capela 01 do crematório da Penitência, a partir das 8h30 deste domingo (17). Na sequência, o corpo dele será cremado.