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Estado de Minas OBITUÁRIO

Newton Cruz, general na Ditadura Militar, morre aos 97 anos

Newton Cruz foi um importante personagem da Ditadura Militar e ficou conhecido pelo jeito agressivo


16/04/2022 13:22 - atualizado 16/04/2022 13:49

NewtonCruz
Newton Cruz (foto: Acervo Estado de Minas/EM/DA Press)
Morreu, nessa sexta-feira (15/4), o general de divisão reformado do Exército Brasileiro Newton Cruz, aos 97 anos, no Hospital Central do Exército no Rio de Janeiro. O militar é figura emblemática da Ditadura Militar brasileira. Ele foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações, entre 1977 a 1983, e do Comando Militar do Planalto. Ele deixa quatro filhos. 

Newton Cruz ficou conhecido pelo jeito agressivo e falas polêmicas. Em 1983, durante uma entrevista coletiva o general mandou um jornalista calar a boca, o pegou pelo pescoço e o arrastou pelo braço. Newton Cruz ainda chamou o repórter de "moleque" e obrigou-o a pedir desculpas. 

Em 2010, em entrevista a TV Globo, o general comentou o episódio e afirmou que algo no mesmo sentido não teria como acontecer nos dias atuais. "O Brasil hoje vive uma democracia. Com os jornalistas que temos hoje, querer colocar mordaça nesses profissionais, não consegue nem com um pitbull na frente. Não põe, não adianta", disse. 

O militar nasceu no Rio de Janeiro em 24 de outubro de 1924. Entrou no Exército em 1941. Promovido a general-de-brigada em abril de 1976, foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária - 4ª DE, Pouso Alegre (MG). Deixou o regimento de cavalaria que comandava em Minas Gerais em setembro de 1977, sendo nomeado para exercer o cargo de chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações  (SNI). Em 1981, recebeu a patente de general-de-divisão.

Em 1983, Newton Cruz foi acusado de ter participação no assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, ex-diretor da extinta revista O Cruzeiro. O jornalista foi assassinado no Rio de Janeiro e um dossiê publicado pela revista Veja apontou que Newton Cruz era o mais interessado na morte dele. Ele foi julgado pelo crime e absolvido em 1992.

O general chegou a cumprir 10 dias de prisão em 1990 após declarações contra o então presidente Fernando Collor de Melo. Cruz teria tido que "um estadista que só tivesse uma bala na agulha deveria usá-la na cabeça".

O velório de Newton Cruz será realizado na capela 01 do crematório da Penitência, a partir das 8h30 deste domingo (17). Na sequência, o corpo dele será cremado. 


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