Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, voltou a questionar o atual sistema eleitoral do Brasil, em vigor desde 1996. Em entrevista à CNN Brasil no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo onde passou o feriado de Sexta-Feira da Paixão e o restante do fim de semana de Páscoa, Bolsonaro diz não confiar no processo e perguntou se ele teria alguma sanção de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como Alexandre de Moraes.
"A gente não conseguiu entender o Tribunal Superior Eleitoral. Virou lá um grupo fechado, TSE Futebol Clube, o que se fala é lei. Até você vê, há poucas semanas, o Alexandre de Moraes falou que quem desconfiar do processo eleitoral vai ter o registro cassado e preso. Ô Alexandre, eu tô desconfiado. Vai me prender? Vai cassar meu registro? Que democracia é essa?", afirmou, neste sábado (16/04).
"Você pode ver, nós podemos desconfiar de tudo. Acho que até quando você desconfia e debate, você aperfeiçoa. Não tem nada que não possa ser mudado, e não vai ser dessa forma, decisão de ministro", completou.
Na sequência, Bolsonaro criticou também Luís Roberto Barroso, presidente do TSE e ministro do STF. Ele afirmou que Barroso interferiu para que o voto impresso, que desde 1996 não é utilizado por advento da urna eletrônica, não avançasse na Câmara dos Deputados.
"O próprio Barroso há pouco tempo esteve nos Estados Unidos debatendo lá como tirar um presidente da República. A gente vê certos absurdos que acontecem. Quando fala em interferência, o ministro Barroso foi dentro da Câmara dos Deputados, interferiu e a PEC do voto impresso foi derrotada, é uma interferência clara. Ele agora em um debate, com Tábata Amaral numa live, me trata como inimigo. Ou seja, que democracia é essa?", completou.
Bolsonaro é um dos pré-candidatos a presidente nas eleições gerais de 2022, em 2 de outubro e no dia 30 do mesmo mês, se necessário segundo turno. Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), André Janones (Avante), Simone Tebet (MDB), Eymael (DC), Felipe d'Ávila (Novo), Leonardo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU) são outros nomes prováveis na disputa.