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Estado de Minas ELEIÇÃO ESTADUAL

Agostinho diz ter sido convidado para ser vice na chapa de Zema em Minas

Presidente da Assembleia tem 'dobradinha' com Kalil encaminhada, mas garante que, no ano passado, foi procurado pelo governador para firmar uma aliança


17/04/2022 14:57 - atualizado 17/04/2022 15:35

O deputado estadual Agostinho Patrus (PSD)
Agostinho Patrus (foto), presidente da Assembleia compõe grupo político de Alexandre Kalil (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 11/2/22)
Favorito para ser o vice-candidato de Alexandre Kalil (PSD) na disputa pelo governo mineiro, o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), disse ter recebido convite do governador Romeu Zema (Novo) para ser seu parceiro de chapa. A sondagem, segundo o parlamentar contou em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, ocorreu no início do ano passado.

"Zema é quem, no último ano, só fala de eleição. Ele está obcecado com essa narrativa que nada justifica a inabilidade do seu governo em dialogar com o Parlamento e o funcionalismo público. Inclusive, no início de 2021, foi ele quem me procurou para ser seu vice, dois anos antes da eleição. Quem está preocupado com eleição aqui é ele", afirmou o deputado, em conteúdo publicado neste domingo (17/4).

Hoje rivais políticos, Agostinho e Zema têm travado embates frequentes. Na semana passada, eles trocaram farpas públicas por causa da decisão dos parlamentares estaduais de derrubar o veto do poder Executivo ao reajuste ampliado a parte do funcionalismo. Cinquenta e cinco dos 77 deputados aprovaram a concessão de aumento adicional de 14% a profissionais de saúde e segurança, bem como o crescimento de 33,24% dos vencimentos dos professores. Os índices são complemento ao reajuste geral de 10,06% oferecido pelo Palácio Tiradentes.

O governador relacionou o revés no Legislativo à possibilidade de o presidente da Assembleia fazer dupla com Kalil na eleição e chegou a dizer que o deputado, além de "altamente nocivo" tem um "projeto pessoal de poder". Embora reconheça a possibilidade de ser o vice do ex-prefeito de Belo Horizonte, Agostinho não crê em definição imediata do assunto.

"Fico muito honrado com a possibilidade de ser vice na chapa com Kalil. Mas ainda há muito o que ser definido, seja em âmbito nacional, seja ao nível estadual, para que se possa fechar essa questão e formalizar uma parceria", assinalou. "Acredito que dentro de 30 ou 60 dias teremos um cenário mais bem definido para decidir sobre a composição das chapas", emendou.

O governo mineiro foi procurado ontem para comentar as falas de Agostinho sobre o convite eleitoral de Zema. Se houver resposta a respeito do tema, este texto será atualizado.


Chapa de Kalil pode ser puro-sangue


Como mostrou o EM ainda no ano passado, Agostinho sempre esteve bem cotado para uma eventual composição com Kalil rumo à eleição mineira. No fim de março, a reportagem revelou que o deputado estadual já acenou positivamente à ideia de ser o vice-candidato.

O presidente da Assembleia deixou o PV rumo ao PSD nos momentos finais da janela partidária. O candidato de Kalil ao Senado Federal é o também pessedista Alexandre Silveira, presidente da legenda em Minas.

A chapa pura do PSD traz reflexos ao PT, que considera a possibilidade de apoiar Kalil, mas não abre mão de lançar o deputado federal Reginaldo Lopes na disputa pelo assento de senador. Para viabilizar a candidatura do parlamentar, uma das possibilidades é dar apoio informal ao ex-prefeito de Belo Horizonte.

Nesse cenário, Luiz Inácio Lula da Silva, simpático a Kalil, poderia, inclusive, dividir o palanque com ele. O PT, porém, não estaria formalmente na coligação liderada pelo PSD - e não conseguiria, por exemplo, contribuir com tempo de televisão para estender as propagandas de Kalil.

Zema quer vice de outro partido


Do outro lado, o entorno de Zema ainda debate as possíveis composições de chapa, mas o governador já afirmou, publicamente, sobre a preferência por um vice vindo de fora do Novo.

"Se depender de mim, quero que esse candidato [a vice]. Até para mostrar que o partido Novo é aberto e está disposto a fazer alianças", pontuou, na terça-feira (12), em Pouso Alegre, no Sul de Minas.

O deputado federal Bilac Pinto, do União Brasil, é um dos nomes que chegou a ganhar força para ocupar a vaga. Marcelo Aro (PP), líder de Zema no Congresso, também é uma das hipóteses aventadas. O ex-secretário-geral da gestão estadual, Mateus Simões (Novo), por sua vez, pode ser opção em caso de "solução caseira".

Neste momento, o arco de alianças de Zema, além do PP e do União, tem partidos como Avante, Agir e Podemos. Parte da cúpula mineira do PL de Jair Bolsonaro também fez acenos ao governo, mas a chegada do pré-candidato Carlos Viana, que tem o aval do presidente da República, embolou o cenário.


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