Favorito para ser o vice-candidato de Alexandre Kalil (PSD) na disputa pelo governo mineiro, o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), disse ter recebido convite do governador Romeu Zema (Novo) para ser seu parceiro de chapa. A sondagem, segundo o parlamentar contou em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, ocorreu no início do ano passado.
Leia Mais
Agostinho Patrus diz que governo Zema não honra os seus compromissosZema destaca investimentos em Minas Gerais um dia depois de vídeo de KalilSimone Tebet diz que o Brasil quer pacificação sem Bolsonaro e LulaAgostinho Patrus oficializa candidatura à vaga de conselheiro no TCEAgostinho Patrus comunica a aliados que deve tentar reeleição'É um caminho', diz Sérgio Rodrigues sobre candidatura a deputado federalReajuste: Zema responde Pimentel e lembra 'dívidas e salários atrasados'Bolsonaro aposta em redes sociais, polarização e em sentimento antipetistaÁudios do Superior Tribunal Militar mostram tortura na ditadura do BrasilPT aciona TSE e pede aplicação de multa por motociata de BolsonaroHoje rivais políticos, Agostinho e Zema têm travado embates frequentes. Na semana passada, eles trocaram farpas públicas por causa da decisão dos parlamentares estaduais de derrubar o veto do poder Executivo ao reajuste ampliado a parte do funcionalismo. Cinquenta e cinco dos 77 deputados aprovaram a concessão de aumento adicional de 14% a profissionais de saúde e segurança, bem como o crescimento de 33,24% dos vencimentos dos professores. Os índices são complemento ao reajuste geral de 10,06% oferecido pelo Palácio Tiradentes.
O governador relacionou o revés no Legislativo à possibilidade de o presidente da Assembleia fazer dupla com Kalil na eleição e chegou a dizer que o deputado, além de "altamente nocivo" tem um "projeto pessoal de poder". Embora reconheça a possibilidade de ser o vice do ex-prefeito de Belo Horizonte, Agostinho não crê em definição imediata do assunto.
"Fico muito honrado com a possibilidade de ser vice na chapa com Kalil. Mas ainda há muito o que ser definido, seja em âmbito nacional, seja ao nível estadual, para que se possa fechar essa questão e formalizar uma parceria", assinalou. "Acredito que dentro de 30 ou 60 dias teremos um cenário mais bem definido para decidir sobre a composição das chapas", emendou.
O governo mineiro foi procurado ontem para comentar as falas de Agostinho sobre o convite eleitoral de Zema. Se houver resposta a respeito do tema, este texto será atualizado.
Chapa de Kalil pode ser puro-sangue
Como mostrou o EM ainda no ano passado, Agostinho sempre esteve bem cotado para uma eventual composição com Kalil rumo à eleição mineira. No fim de março, a reportagem revelou que o deputado estadual já acenou positivamente à ideia de ser o vice-candidato.
O presidente da Assembleia deixou o PV rumo ao PSD nos momentos finais da janela partidária. O candidato de Kalil ao Senado Federal é o também pessedista Alexandre Silveira, presidente da legenda em Minas.
A chapa pura do PSD traz reflexos ao PT, que considera a possibilidade de apoiar Kalil, mas não abre mão de lançar o deputado federal Reginaldo Lopes na disputa pelo assento de senador. Para viabilizar a candidatura do parlamentar, uma das possibilidades é dar apoio informal ao ex-prefeito de Belo Horizonte.
Nesse cenário, Luiz Inácio Lula da Silva, simpático a Kalil, poderia, inclusive, dividir o palanque com ele. O PT, porém, não estaria formalmente na coligação liderada pelo PSD - e não conseguiria, por exemplo, contribuir com tempo de televisão para estender as propagandas de Kalil.
Zema quer vice de outro partido
Do outro lado, o entorno de Zema ainda debate as possíveis composições de chapa, mas o governador já afirmou, publicamente, sobre a preferência por um vice vindo de fora do Novo.
"Se depender de mim, quero que esse candidato . Até para mostrar que o partido Novo é aberto e está disposto a fazer alianças", pontuou, na terça-feira (12), em Pouso Alegre, no Sul de Minas.
O deputado federal Bilac Pinto, do União Brasil, é um dos nomes que chegou a ganhar força para ocupar a vaga. Marcelo Aro (PP), líder de Zema no Congresso, também é uma das hipóteses aventadas. O ex-secretário-geral da gestão estadual, Mateus Simões (Novo), por sua vez, pode ser opção em caso de "solução caseira".
Neste momento, o arco de alianças de Zema, além do PP e do União, tem partidos como Avante, Agir e Podemos. Parte da cúpula mineira do PL de Jair Bolsonaro também fez acenos ao governo, mas a chegada do pré-candidato Carlos Viana, que tem o aval do presidente da República, embolou o cenário.