O governo de Minas Gerais afirmou, na noite desta segunda-feira (18/4), não ter recursos para pagar os reajustes adicionais promulgados no início da tarde pela Assembleia Legislativa. Após imbróglio entre os poderes, deputados estaduais derrubaram o veto de Romeu Zema (Novo) a aumentos extras de 14% a profissionais da saúde e segurança, bem como o crescimento de 33,24% dos salários dos trabalhadores da educação.
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Reajuste: ALMG promulga derrubada de veto, e governo recorre à Justiça'Cabo eleitoral 'de Eduardo Leite, Aécio vai a SP conversar com Temer e FHC'É um caminho', diz Sérgio Rodrigues sobre candidatura a deputado federalServidores públicos de MG recebem hoje (7/6) reajuste retroativo de 10,06%Bloco de Zema na Assembleia é extinto, mas governo mantém aliados no radarDinheiro reservado pelo governo não cobre reajuste de 5% para servidoresNenhuma pesquisa eleitoral aponta 70% de votos para BolsonaroPBH é notificada de liminar que aumenta preço de passagens, mas quer acordoO aumento de 10% deve trazer impacto anual de R$ 5 bilhões. O poder Executivo aponta as cifras como limite de despesa adicional. Com os reajustes adicionais, o desembolso passaria a ser de aproximadamente R$ 14 bilhões.
"Em respeito à responsabilidade fiscal e à legalidade, o governo reforça que não tem previsão orçamentária para arcar com os gastos extras indicados pelos artigos 10 e 11 do texto , que criam uma despesa adicional de R$ 9 bilhões ao estado, sem indicar a fonte de recursos pagadora", lê-se em comunicado emitido pela equipe de Zema.
Na semana passada, o governador abriu fogo contra o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PSD), a quem acusou de ter um "projeto pessoal de poder". Zema relacionou a derrubada do veto ao futuro político do deputado, favorito para ser o vice-candidato de Alexandre Kalil (PSD) na eleição estadual.
"Na atual gestão, todos os servidores ativos e inativos e os pensionistas de Minas Gerais têm merecido valorização por parte dos Poderes e órgãos estatais, na medida das possibilidades legais, fiscais e conjunturais", aponta outro trecho do posicionamento do governo.
Imbróglio sobre salários amplia crise política
A versão promulgada pelo Legislativo tem, também, dispositivo que garante auxílio social a inativos e pensionistas ligados aos quadros da segurança pública. O benefício, dividido em quatro parcelas, corresponde a 40% dos vencimentos de um soldado.Ontem, em entrevista ao Estado de Minas, Agostinho Patrus disse acreditar que não há motivo para levar o assunto à esfera judicial.
"Se o governo pôde propor, há não muito tempo, o mesmo reajuste para a segurança pública, por que agora não pode cumpri-lo, como foi acordado em ata com os representantes da categoria? Isso só prova, mais uma vez, que este governo não tem palavra, que não honra com seus compromissos", afirmou, em menção ao trato feito por Palácio Tiradentes e representantes das forças de segurança em 2019, para reposição salarial.
"Não me resta dúvida que o Judiciário, se provocado, exercerá sua independência e analisará a questão segundo os preceitos da Constituição Mineira ", emendou.