Depois de uma campanha expressiva organizada por artistas e influenciadores, a maioria dos adolescentes brasileiros quer exercer o direito de voto em 2022. É o que aponta a enquete (*) organizada pelo Unicef e a organização da sociedade civil Viração Educomunicação divulgada ontem.
Faltando poucas semanas para terminar o prazo para tirar o título de eleitor, nove em cada 10 adolescentes afirmaram que o voto tem poder de transformar a realidade. Além disso, 64% afirmaram que vão votar este ano; 21% ainda não sabem se vão votar ou não; e 15% disseram que não vão votar.
“Democracia se faz com participação da sociedade civil. Em diversos países de todo o mundo, os jovens têm desempenhado um papel fundamental nas eleições e na construção de novos sonhos para o futuro do planeta”, disse Simone Nascimento, presidente da Viração Educomunicação.
Faltando poucas semanas para terminar o prazo para tirar o título de eleitor, nove em cada 10 adolescentes afirmaram que o voto tem poder de transformar a realidade. Além disso, 64% afirmaram que vão votar este ano; 21% ainda não sabem se vão votar ou não; e 15% disseram que não vão votar.
“Democracia se faz com participação da sociedade civil. Em diversos países de todo o mundo, os jovens têm desempenhado um papel fundamental nas eleições e na construção de novos sonhos para o futuro do planeta”, disse Simone Nascimento, presidente da Viração Educomunicação.
Segundo a enquete, entre os que disseram que “não vão votar neste ano”, apenas 10% afirmam que, de fato, não querem votar. Outros 17% disseram que não conseguirão tirar o título de eleitor a tempo e 69% afirmaram não ter idade suficiente.
Entre quem disse não ter idade suficiente, havia adolescentes de 15 anos que não completariam 16 anos até outubro e não podem votar, mas também alguns de 15, 16 e 17 anos que poderiam votar, mas não tinham essa informação. De acordo com a Unicef, 3 mil adolescentes de 15 a 17 anos de todas as regiões do país participaram da consulta.
Entre quem disse não ter idade suficiente, havia adolescentes de 15 anos que não completariam 16 anos até outubro e não podem votar, mas também alguns de 15, 16 e 17 anos que poderiam votar, mas não tinham essa informação. De acordo com a Unicef, 3 mil adolescentes de 15 a 17 anos de todas as regiões do país participaram da consulta.
Campanha
Em fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou a menor porcentagem de adolescentes de 16 e 17 anos com título de eleitor desde a conquista do direito ao voto para essa faixa etária na Constituição de 1988. De acordo com o órgão, pouco mais de 13% estavam aptos para votar nas eleições de 2022 naquele momento. Por isso, celebridades vêm incentivando adolescentes a tirarem o título de eleitor. A campanha teve início com a cantora Anitta, que se posicionou contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A mensagem da campanha encabeçada pelos influenciadores é “fazer a diferença” e retirar o poder de Bolsonaro por meio do voto dos jovens. Recentemente, os cantores Criolo, Gloria Groove, Emicida, Pabllo Vittar, a banda Fresno, Marcelo D2, Rael, Marina Sena e outros fizeram uma campanha intensa no festival Lollapalo- oza contra as ações do governo e a favor da retirada do título de eleitor.
Além deles, vários influenciadores também vêm incentivando a campanha. Entre eles, o youtuber Felipe Neto, que já se envolveu em inúmeras polêmicas com a família do presidente Bolsonaro. Segundo o TSE, depois da campanha, o número de novos títulos de adolescentes de 15 a 17 anos passou de 199.667 em fevereiro para a marca de 290.783 em março, crescimento superior a 45%.
A enquete
As enquetes do U-Report Brasil são realizadas virtualmente pelo WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger, por meio de um chatbot. O projeto é desenvolvido pelo Unicef em parceria com a Viração Educomunicação e conta com mais de 140 mil adolescentes e jovens inscritos. Não se trata de pesquisas com rigor metodológico, mas de consultas rápidas por meio de redes sociais entre pessoas, principalmente adolescentes e jovens, que se cadastram na plataforma.
(*) Esta enquete apresenta a opinião de mais de 3,1 mil adolescentes de 15 a 17 anos e não pode ser generalizada para a população brasileira como um todo.
TRE regulariza título de moradores de rua
O projeto Rua de Direitos chegou a Belo Horizonte ontem. A ação aconteceu no Centro Pop Leste, unidade da prefeitura de acolhimento a moradores de rua, para fazer a 1ª via do título de eleitor e regularizar outros documentos. Foram 97 atendimentos conduzidos pelos funcionários do Foro Eleitoral de Belo Horizonte, organizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Para o juiz Carlos Donizetti Ferreira, diretor do Foro Eleitoral, a população de rua é invisível para a sociedade. “Os órgãos públicos têm a obrigação de se voltar para essa população e possibilitar o acesso aos seus direitos.(...) É uma forma que nós temos de levar a elas o direito e a capacidade de exercício da cidadania por meio do voto no próximo pleito”, avalia o magistrado.
Além da emissão e regularização do título de eleitor, também foram oferecidos serviços de emissão de documentos (como 2ª via de certidão de nascimento ou casamento); atendimento previdenciário e socioassistencial; atendimento psicológico e roda de conversa sobre direitos humanos e orientação e atendimento pela Defensoria Pública, Ministério Público, TJMG e outras instituições.
Nota técnica elaborada pelo Programa Polos de Cidadania, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostra que a população de rua em Belo Horizonte teve um aumento em 2021. Foi registrado um pico de 8.901 pessoas em situação de rua. À época da divulgação do levantamento, a Prefeitura de BH emitiu nota dizendo que são aproximadamente 2.500 moradores de rua na capital. De acordo com a pesquisa da UFMG, a pandemia agravou muito a situação, e o número de subnotificações tende a crescer cada vez mais. Em janeiro de 2022, a Prefeitura de Belo Horizonte passou a estimar em cerca de 4.600 as pessoas em situação de rua, porém, entidades sociais contra-argumentam, dizendo que esse número já chegou a 12 mil pessoas só na capital. O levantamento foi feito com base em dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
Cler Santos/Estagiária sob supervisão do subeditor Marcílio de Moraes