Os pré-candidatos João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB), além do ex-governador Eduardo Leite (PSDB), também vão participar do encontro. O ex-presidente Michel Temer, que tem mantido conversas com praticamente todos os pré-candidatos, também estará presente.
A reunião vai testar a resiliência de Doria em permanecer na disputa e o favoritismo de Tebet para encabeçar a chapa. Correndo por fora, Eduardo Leite é o “regra três” da terceira via, que pode substituir o ex-governador de São Paulo como candidato a vice em uma hipotética chapa liderada pelo MDB. Um dos fatores que serão levados ao debate do consórcio partidário é a formação de palanques regionais que deem sustentação à candidatura unificada e não atrapalhem os arranjos locais. Nesse aspecto, Tebet leva vantagem sobre Doria e Leite, em razão da baixa rejeição e da capilaridade do MDB, que tem estrutura montada na grande maioria dos municípios do país.
Doria vai à reunião pressionado, mas não enfraquecido. Pré-candidato escolhido em eleições prévias do PSDB, em novembro do ano passado, o ex-governador paulista sustenta sua pré-candidatura na legitimidade do processo de escolha e na defesa da democracia interna. Ontem, a assessoria do pré-candidato divulgou uma carta assinada por 73 juristas que defendem a legitimidade da pré-candidatura com base no resultado das prévias.
“Ninguém no partido ou fora dele tem autoridade para violentar os 34 anos de história da Social Democracia, para rasgar o estatuto ou para anular a decisão democrática, soberana e irrevogável dos filiados em função de interpretações pessoais e subjetivas sobre o quadro eleitoral, ou articulações desautorizadas com outros partidos políticos”, diz um trecho do manifesto.
A carta foi divulgada no mesmo dia em que circulou a informação de que Doria já teria sido “avisado” pela direção do partido de que não será o candidato da terceira via. O comando de campanha do ex-governador desconsiderou qualquer discussão nesse sentido.
Em um encontro com jovens de Heliópolis, a maior favela de São Paulo, o ex-presidente Lula deu uma estocada em Doria. “Qual é o critério que induz a pessoa eleger alguém que é uma pessoa que não tem passado, nem presente e certamente não tem futuro político?”, perguntou Lula. A resposta do tucano veio pelo Twitter: “Agradeço lembrança da minha vitória em 2016, Lula. Seguimos trabalhando para resolver os grandes problemas do Brasil: comida na mesa, emprego, dinheiro no bolso, sem esquecer, claro, do combate à corrupção. Sobre passado e futuro, vamos debater? Menos ódio, mais solução. Topa?”