Sergio Moro deixou aberta a possibilidade de ter um papel restrito aos bastidores da política. Então terceiro colocado nas pesquisas para a Presidência da República, empatado com Ciro Gomes (PDT), ele havia desembarcado no União Brasil, no fim de março, com discurso de candidato, mas foi logo reprimido pelos novos correligionários. Uma ala da sigla chegou a emitir nota descartando qualquer chance de permitir que Moro disputasse o Planalto.
O União Brasil indicou o presidente da sigla, Luciano Bivar, como o nome do partido para a disputa presidencial. O partido negocia com o PSDB, cujo pré-candidato oficial é João Doria, e com o MDB, de Simone Tebet, uma candidatura única, a ser anunciada no dia 8 de maio.
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"Em relação a eventual outra candidatura, isso é uma questão que a gente ainda está discutindo. Pode ser que eu não seja candidato a nada. Eu vim com objetivo de ajudar a romper a polarização e a colocar o Brasil no caminho certo", disse, repetindo o que já havia dito na semana passada.
Sobre os dois pré-candidatos à frente nas pesquisas, Moro foi categórico: "Eu não vejo nem Lula nem Bolsonaro com credenciais suficientemente democráticas". Para ele, com a eleição de qualquer um deles, "o país não se estabiliza e nós corremos o risco de caminhar numa direção errada".
"Mal entendido"
O ex-juiz comentou também ser um "mal entendido" a crise entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio.
Segundo Barroso, as Forças Armadas "estão sendo orientadas para atacar o processo (eleitoral brasileiro)". A fala ocorreu no domingo (24) em videoconferência, durante o Brazil Summit Europe 2022. O ministro disse ainda que os militares tentam desacreditar o processo eleitoral brasileiro e que os ataques ao sistema são "infundados e fraudulentos". O ministro da Defesa rebateu o magistrado: "Ofensa grave a instituições".
"Eu acho que esse episódio é todo um mal entendido e que não vale essa escalada. Espero que esse episódio não escale", comentou Moro.
Em nota, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, afirmou que o ministério "repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia''.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro