A Polícia Federal identificou mensagens que apontam o envolvimento de Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), com empresários para se reunir com o chefe do Executivo no Palácio do Planalto e obter agendas no governo federal. A corporação investiga se o influencer digital chegou a interceder em favor de seus parceiros comerciais em troca de patrocínios.
As informações são do jornal O Globo. Uma das mensagens analisadas pela PF é um áudio de WhatsApp enviado pela arquiteta Tânia Fernandes, responsável pela reforma do escritório do filho do presidente em Brasília e por desenvolver um projeto de parceiros comerciais dele no Espírito Santo.
Na gravação, a arquiteta diz que "seria muito interessante" a presença de Jair Renan em uma agenda com empresários no Palácio do Planalto "porque o teu acesso (ao presidente) é mil vezes mais fácil".
Em outra mensagem, Tânia Fernandes diz que conversou com Joel Novaes, assessor da Presidência, sobre uma visita dos empresários John Thomazini e Wellington Leite, do Espírito Santo, ao Planalto. O objetivo seria apresentar o projeto para construção das unidades habitacionais com pedra de granito ao presidente.
Jair Renan foi ouvido pela PF, no início deste mês, e negou que tenha cometido o crime de tráfico de influência. O advogado Frederick Wassef, responsável pela defesa do filho de Bolsonaro, afirmou que Renan é vítima de fake news para prejudicar a imagem do presidente.
Empresa sob investigação
A Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empresa de Jair Renan, foi criada no fim do ano passado. A PF investiga se a empresa foi criada para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Outro ponto que chamou atenção dos investigadores foi que o grupo empresarial — que atua nos setores de mineração e construção e tem interesses junto ao governo federal — presenteou Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil.