Suspeito de praticar "rachadinhas" de salários e nepotismo, o vereador de Belo Horizonte, Rogério Alkimim (PMN), é alvo de dois pedidos de cassação de mandato. As peças foram entregues à Câmara Municipal pelos advogados Mariel Marra e Thaís Otoni Fontella. As acusações atribuídas ao parlamentar motivaram a abertura de um inquérito conduzido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
No dossiê que enviou ao Parlamento belo-horizontino, Mariel diz ter sido procurado por uma testemunha que resolveu denunciar o esquema de desvio de salários. Segundo o advogado, as supostas "rachadinhas", somadas, geram entre R$ 50 mil e R$ 60 mil ao mês. A lista de possíveis envolvidos tem um tio-avô de Alkimim, que receberia mais de R$ 11 mil ao mês como funcionário do gabinete. Efetivamente, porém, o homem só ficava com cerca de R$ 1 mil, tendo de repassar o restante ao esquema.
As suspeitas sobre Alkimim incluem, ainda, o uso de carros oficiais da Câmara para viagens pelo interior mineiro e o destacamento de funcionários do gabinete para realizar atividades da organização não-governamental (ONG) ligada ao vereador. No ano passado, o vereador chegou a indicar a ONG, batizada Raio de Luz, para receber emenda solicitada por seu mandato. A verba, no entanto, não chegou a ser paga.
O caso foi revelado na última semana pela "Rádio Itatiaia". A apuração da Polícia Civil, porém, corre em segredo judicial. O inquérito é conduzido pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Decof).
"Outras informações serão repassadas após a conclusão do procedimento de polícia judiciária, que segue em andamento", informou a corporação, ao Estado de Minas.
A denúncia enviada por Mariel Marra lista, ainda, supostos "funcionários-fantasma" do gabinete de Alkimim. Os citados, embora nomeados como servidores do mandato, não dariam expediente na Câmara de BH. Segundo as peças de cassação, o vereador quebrou o decoro necessário aos parlamentares.
"Diante dos fatos narrados nesta Representação, mesmo que haja entendimento diverso nesta Câmara Municipal, não há como negar que as condutas do Representado [Alkimim] violam patentemente a honra coletiva e a dignidade da Câmara Municipal de Belo Horizonte, trazendo desprestígio aos membros desta casa legislativa, razão pela qual deve o Representado deve ser julgado pelos seus pares, conforme prevê o Decreto-Lei 201/67, o Regimento Interno da Câmara Municipal de Belo Horizonte juntamente com a Lei Orgânica Municipal", lê-se em trecho da denúncia de Marra, famoso por peticionar solicitações de impeachment.
"É flagrante a quebra de decoro parlamentar pelo denunciado, acusado de praticar nepotismo, rachadinha e falsidade ideológica, além de usar de forma indevida e ilegal bens públicos em benefício próprio, empregar funcionários fantasma em seu gabinete e tentar indecentemente favorecer a própria ONG por meio de emenda parlamentar".
Segundo a Câmara Municipal, os documentos contra Alkimim estão sob o guarda-chuva da Procuradoria do Legislativo. Depois, os pedidos serão analisados. Para prosperar, as uma das reivindicações precisa ser analisada por uma comissão especial e, depois, votada em plenário.
O EM procurou Rogério Alkimim por meio de mensagens e ligação telefônica. Em um dos contatos, um homem que se identificou como assessor do vereador atendeu e prometeu que Alkimim retornaria para se posicionar. O espaço para manifestação dele segue aberto. Em 2020, Alkimim recebeu pouco mais de seis mil votos. Ele é pré-candidato a deputado estadual.
No dossiê que enviou ao Parlamento belo-horizontino, Mariel diz ter sido procurado por uma testemunha que resolveu denunciar o esquema de desvio de salários. Segundo o advogado, as supostas "rachadinhas", somadas, geram entre R$ 50 mil e R$ 60 mil ao mês. A lista de possíveis envolvidos tem um tio-avô de Alkimim, que receberia mais de R$ 11 mil ao mês como funcionário do gabinete. Efetivamente, porém, o homem só ficava com cerca de R$ 1 mil, tendo de repassar o restante ao esquema.
As suspeitas sobre Alkimim incluem, ainda, o uso de carros oficiais da Câmara para viagens pelo interior mineiro e o destacamento de funcionários do gabinete para realizar atividades da organização não-governamental (ONG) ligada ao vereador. No ano passado, o vereador chegou a indicar a ONG, batizada Raio de Luz, para receber emenda solicitada por seu mandato. A verba, no entanto, não chegou a ser paga.
O caso foi revelado na última semana pela "Rádio Itatiaia". A apuração da Polícia Civil, porém, corre em segredo judicial. O inquérito é conduzido pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Decof).
"Outras informações serão repassadas após a conclusão do procedimento de polícia judiciária, que segue em andamento", informou a corporação, ao Estado de Minas.
'Funcionários-fantasma'
A denúncia enviada por Mariel Marra lista, ainda, supostos "funcionários-fantasma" do gabinete de Alkimim. Os citados, embora nomeados como servidores do mandato, não dariam expediente na Câmara de BH. Segundo as peças de cassação, o vereador quebrou o decoro necessário aos parlamentares.
"Diante dos fatos narrados nesta Representação, mesmo que haja entendimento diverso nesta Câmara Municipal, não há como negar que as condutas do Representado [Alkimim] violam patentemente a honra coletiva e a dignidade da Câmara Municipal de Belo Horizonte, trazendo desprestígio aos membros desta casa legislativa, razão pela qual deve o Representado deve ser julgado pelos seus pares, conforme prevê o Decreto-Lei 201/67, o Regimento Interno da Câmara Municipal de Belo Horizonte juntamente com a Lei Orgânica Municipal", lê-se em trecho da denúncia de Marra, famoso por peticionar solicitações de impeachment.
"É flagrante a quebra de decoro parlamentar pelo denunciado, acusado de praticar nepotismo, rachadinha e falsidade ideológica, além de usar de forma indevida e ilegal bens públicos em benefício próprio, empregar funcionários fantasma em seu gabinete e tentar indecentemente favorecer a própria ONG por meio de emenda parlamentar".
Procuradoria analisa pedidos de cassação
Segundo a Câmara Municipal, os documentos contra Alkimim estão sob o guarda-chuva da Procuradoria do Legislativo. Depois, os pedidos serão analisados. Para prosperar, as uma das reivindicações precisa ser analisada por uma comissão especial e, depois, votada em plenário.
O EM procurou Rogério Alkimim por meio de mensagens e ligação telefônica. Em um dos contatos, um homem que se identificou como assessor do vereador atendeu e prometeu que Alkimim retornaria para se posicionar. O espaço para manifestação dele segue aberto. Em 2020, Alkimim recebeu pouco mais de seis mil votos. Ele é pré-candidato a deputado estadual.