O pré-candidato às eleições presidenciais João Doria (PSDB) disse, nesta quinta-feira (28/4), que não entende os motivos que levaram o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), antigo aliado, ser candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também pré-candidato.
"Não tenho reservas em relação ao Alckmin. Tenho respeito e nunca cessamos o diálogo. Mas não compreendo a razão de ele estar ao lado de Lula", declarou o ex-governador de São Paulo durante sabatina realizada pelo UOL e Folha de S.Paulo.
Durante a entrevista, Doria contou que teve uma ruptura com Alckmin por causa das prévias do PSDB.
"Quando ele me disse, quando eu era governador, que pretendia disputar o mandato, eu disse que entendia a decisão e que faríamos prévias no PSDB. Eu disse: 'Você me ensinou que prévias engradecem democracia'. Eu participei de três prévias e venci. Ele disse: 'De prévias não participo'. Então ficamos em um dilema. Eu não vejo razão para estabelecer um privilégio. Mas ele foi taxativo: 'Ou sou indicado governador ou tomarei meu destino'. Ele tomou seu destinou e se desfiliou", contou Doria.
Doria ainda contou que não conversa com Alckmin há quatro meses, mas disse que está aberto ao diálogo com ele.
"Não há razão para não manter o diálogo aberto com o Lula, com o PT, com os partidos de esquerda", disse. "Não daria voto. Mas o diálogo não depende do voto. Para dialogar não precisa votar. Seja para eleições ou para garantir governabilidade, romper o diálogo é só para que advoga pela ditadura", concluiu.