O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta sexta-feira (29/4), o voto de seu indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, o "terrivelmente evangélico”, pela condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
Leia Mais
Leonardo DiCaprio pede para que jovens brasileiros tirem título de eleitorEm Pernambuco, Lula apoia pré-candidato do PSB, e não Marília ArraesTambém segundo o presidente, ele não quis “peitar o Supremo” ao conceder a graça constitucional ao parlamentar condenado. "Não quero peitar o Supremo, dizer que sou mais importante. Longe disso", afirmou.
Mendonça foi duramente criticado por apoiadores do presidente por ter sido favorável à condenação do deputado. Bolsonaro disse hoje, contudo, em entrevista à rádio Metrópole, de Cuiabá (MT), que o ministro é uma “pessoa de princípios" e que “as pessoas ainda vão entender "o que realmente aconteceu naquela sessão".
Bolsonarou seguiu falando sobre Mendonça. “Ele foi criticado, bastante criticado, o voto dele. Mas aos poucos, o pessoal vai entendendo o que realmente aconteceu naquela sessão. Pode ter certeza, o André Mendonça é uma pessoa de princípios, uma pessoa religiosa, família, conservador. Tem uma bagagem cultural enorme. Trabalhamos muito para ele conseguir aquela cadeira no STF.”
Sem endosso
Após o julgamento de Daniel Silveira, Mendonça disse que não poderia "endossar comportamentos que incitam atos de violência" e afirmou ter "convicção" que o fez o correto — o ministro defendeu uma pena menor, de dois anos de prisão, em regime aberto, mas acabou vencido.
Silveira foi condenado a 8 anos e nove meses de prisão, por ameaças contra as instituições e contra ministros da Corte. O único voto contrário entre os 11 ministros, foi o de Nunes Marques, outra indicação de Bolsonoro.
"E é preciso separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto", escreveu o ex-ministro da Justiça, à época, em suas redes sociais.
"O André Mendonça não ficou no meio do caminho. Ficou bem antes, não deu inelegibilidade. Ele deu dois anos de detenção. Seria, né, uma alternativa para uma punição menos injusta, vamos assim dizer", disse Bolsonaro.