O Dia do Trabalhador, neste 1º de Maio, reúne centenas de manifestantes na Praça Afonso Arinos, no Centro de Belo Horizonte, de onde eles seguem para a Praça da Assembleia Legislativa, no Bairro Santo Agostinho, local de realização do ato. Organizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais, a manifestação assume um tom de crítica aos governos de Jair Bolsonaro (PL) e de Romeu Zema (Novo).
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"Venho protestar contra as perdas da classe trabalhadora, que sofre com o desemprego. São mais de 12 milhões de desempregados. Assistimos ao aumento da miséria, com o crescimento da população em situação de rua. A alimentação, gás de cozinha e combustível estão mais caros. Esse quadro desfavorável nos motiva a vir para as ruas", afirmou.
O professor também disse ser importante defender a democracia no Brasil. "Rechaçamos as ameaças golpistas que querem atropelar o processo eleitoral", disse em relação às falas do presidente Jair Bolsonaro sobre supostas fraudes nas eleições.
A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), presente no ato, criticou a decisão do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), que permitirá a atividade da mineradora Tamisa na Serra do Curral. A parlamentar criticou também o governo de Romeu Zema e atribuiu a ele a responsabilidade pelo posicionamento contrário aos ambientalistas e técnicos. "Foi uma votação criminosa, o que requer de todos nós atitudes que impeçam a destriuição da nossa Serra do Curral", afirmou.
O ato se juntou à feira do MST
Os manifestantes escolheram a Praça da Assembleia, local que recebeu a feira de expositores do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). De acordo com a assessoria de imprensa do movimento, foram comercializados na feira cerca de 60 toneladas de frutas, verduras e legumes, de pequenos produtores de Minas e estados convidados. Ao todo eram 500 expositores.
A expositora Juliene Xavier Mendes, de 32 anos, veio da cidade de Tiros, no Alto Paranaíba, para expor os produtos. Ela fabrica cachaça e ajuda na comercialização dos produtos dos assentamentos Frei Tito e Quilombo Dandara, que somam 150 famílias. Juliene comemorou as vendas. "A feira foi muito boa, poder voltar depois da pandemia, retornar o trabalho, e as pessoas conhecerem os produtos", diz.
Ela aprovou o ato do Dia do Trabalhador se juntar ao MST. "Apesar de que estamos com tantos direitos retirados, temos que comemorar o nosso dia, de poder trabalhar", afirmou.
O artista Ed Marte acompanhou toda a marcha da Praça Afonso Arinos à Praça da Assembleia. "É muito importante esse ato no Dia dos Trabalhadores. Estamos aqui com esses trabalhadores reais do Brasil, trabalhadores da terra, do campo, temos que participar dessa luta", afirmou.