O presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu aumentar o número de convocados em concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. A conversa sobre o assunto ocorreu com apoiadores que o questionaram nesta segunda-feira (2/5), na saída do Palácio da Alvorada.
Ele chegou a telefonar ao ministro da Justiça, Anderson Torres, na frente dos presentes, pedindo um "aditivo" para ampliar as vagas. Com previsão de chamamento era de mil novos agentes, o presidente quer, agora, que sejam 2 mil.
Inicialmente, o chefe do Executivo ligou para o secretário de Desburocratização da pasta, Caio Paes de Andrade."Aprovou o PLN 01, ok? Aquele concurso da PF e PRF, como é que está aí? Qual o máximo que você pode botar lá, de aproveitar gente, lá? Legalmente? 535? Ok, pode ver e me retornar agora?", pediu ao telefone.
O presidente se dirigiu, então, a uma apoiadora com classificação insuficiente para ser convocada: "São 535, pega [a sua classificação]? Estamos salvando quem pode. Nós fomos muito além do concurso, tá?", apontou.
"Você pediu quantas vagas para a PF e a PRF, que está lá com o Caio? Qual o teu pedido para cada Força? Se tu passar para mil para cada lado, acha que dá para resolver? Então, faz um aditivo aí e pede mil vagas para cada, já que tu está no limite teu. Pode ser? Acabei de falar com o Caio, fala com o Caio, você também, para resolver essa parada aí. Foi aprovado o PLN. Tem como formar, este ano, essa turma toda? Tem. Então valeu, valeu", concluiu.
Lula
Ovacionado pelos presentes, o presidente se justificou sobre a medida e aproveitou para alfinetar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Estou resolvendo a questão da PF, PRF porque são até lucrativas para nós, apreensões, combate à corrupção. Por isso que aquele cara de nove dedos disse que eu não gosto de gente. Que só gosto de polícia", ironizou, em referência a uma declaração do petista que, no último dia 30, afirmou que Bolsonaro "gosta de armas e de policiais", mas "não gosta de gente".
Em 1º de maio, em evento do Dia do Trabalho, Lula se desculpou afirmando que queria se referir a milicianos e não policiais.
Em 1º de maio, em evento do Dia do Trabalho, Lula se desculpou afirmando que queria se referir a milicianos e não policiais.
Desde o ano passado, Bolsonaro prometeu conceder reajustes às categorias de agentes da PF, PRF e Depen (Departamento Penitenciário Nacional) ainda este ano, mas recuou e, agora, estuda um aumento de 5% a todos os servidores federais.