Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Companheiras de Lula e Bolsonaro ganham espaço na busca por voto feminino



Os dois principais pré-candidatos ao Planalto — conforme apontam pesquisas de intenção de voto — estão lançando mão da imagem das companheiras para tentar atrair o eleitorado feminino.



O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dado destaque à primeira-dama Michelle em eventos pelo Brasil. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dá cada vez mais espaço à noiva, a socióloga Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja.

Uma pesquisa XP/Ipespe, divulgada na última sexta-feira, 5, apontou que Lula lidera as intenções de voto com 44%, e Bolsonaro tem 31%. Entre as mulheres, a vantagem do petista se amplia: 47% a 25%.

No último domingo, Michelle protagonizou um pronunciamento em cadeia nacional ao lado ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, com uma mensagem para o Dia das Mães. A primeira-dama também tem acompanhado Bolsonaro em cerimônias públicas e, em algumas, discursa para o público.





O protagonismo de Michelle é visto por aliados com potencial para conquistar, também, o eleitor evangélico. Na última semana, um vídeo em que a primeira-dama participa de um culto da bancada evangélica na Câmara dos Deputados viralizou na internet. No conteúdo, Michelle aparece se ajoelhando, chorando e orando ao pedir um "avivamento" nos três Poderes. O conteúdo foi compartilhado pela Frente Parlamentar Evangélica (FPE) nas redes sociais.

Por sua vez, Janja aparece como produtora executiva na organização do clipe Sem medo de ser feliz, lançado no último sábado. O jingle é a abertura da pré-campanha eleitoral do petista. No Instagram, o partido diz que foi "uma surpresa preparada por Janja para Lula". Ela também aparece cantando nas imagens publicadas na rede social.

A participação de Janja, entretanto, é vista com reticências. Para parte dos petistas, a postura da socióloga no lançamento, ao tratar o jingle como algo "dela", de presente para Lula, contrastou com as posições da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que preferia ficar fora dos holofotes nas gestões de Lula. Marisa morreu em fevereiro de 2017, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

Nos bastidores, aliados reconhecem que Janja traz certa jovialidade para a imagem de Lula, mas a ideia é de que seja limitada a influência da socióloga sobre os rumos da campanha.