Duda Salabert e Nikolas Ferreira se localizam em campos políticos opostos e foram, respectivamente, os dois vereadores mais votados de BH em 2020 - simbolizando a extrema polarização existente no Brasil.
Logo após a divulgação do resultado das urnas, Nikolas postou um tweet ofensivo se referindo à Duda no masculino e tornou a rivalidade entre eles pública. No entanto, Duda prefere relevar este antagonismo.
"Quando nós ganhamos a eleição, eu percebi que criou-se em Minas, sobretudo em BH, uma narratividade do ponto de vista jornalístico para criar um maniqueísmo antitético entre mim e o Nikolas, que reproduziria o que aconteceu em 2017 entre Bolsonaro e Jean Wyllys. O resultado, nós vimos: tivemos o Jean Wyllys exilado, o Bolsonaro presidente e a Marielle assassinada. Esse tipo de política não é bom pra ninguém", disse Duda.
Apesar das discordâncias, Duda revelou que os parlamentares firmaram um acordo informal para manter a civilidade na Câmara.
"Nós temos pontos diferentes, somos de campos diferentes, que briguem as ideias e não as pessoas. Nós estamos cumprido esse acordo", comentou Duda.
Mesmo assim, a vereadora do PDT já entrou com duas ações contra Nikolas Ferreira na Justiça - uma delas por causa do tweet transfóbico no dia da eleição.
"O que ele falou, ele tem que ser responsabilizado. Nós entramos com uma ação, porque a transfobia no Brasil é equiparada ao racismo que é um crime inafiançável", diz Duda.
EM Entrevista
A parlamentar foi a convidada desta semana do EM Entrevista, videocast do Estado de Minas e do Portal Uai. Durante os 55 minutos de conversa, ela falou sobre representatividade trans, participação das minorias nos espaços políticos e mineração na Serra do Curral. E aproveitou o bate-papo para tecer críticas a Romeu Zema (Novo) e, inclusive, a colegas de partido.
Assista a entrevista na íntegra: