Antes de ir à Contagem nesta terça-feira (10/5) e de discursar para militantes ontem, no Expominas, em Belo Horizonte, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, na capital mineira, com representantes de partidos e movimentos sociais que vão apoiá-lo na eleição presidencial. Durante a conversa, ocorrida entre o fim da manhã e o início dessa segunda-feira (11), o líder petista falou sobre temas trabalhistas, mas também tocou no assunto mineração, que ganhou as manchetes por causa do aval dado pelo governo mineiro a um projeto de exploração da Serra do Curral.
Leia Mais
Lula: 'É preciso colocar o povo no orçamento e o rico no imposto de renda''Vamos ter de construir alianças', diz Lula em meio a impasse com KalilLula: 'Temos um presidente que não chorou uma lágrima por 640 mil pessoas'Comissão convida ministro da Previdência para discutir impasse Xingado por Lula em BH, Moro afirma: 'Lula, facínora é bandido'Ex-prefeito de Lavras tem contas rejeitadas pelo TCE-MG e Câmara Municipal"A gente conversou sobre mineração e a importância de rever a relação entre as mineradoras e o estado de Minas Gerais. Agora querem, inclusive, comer a Serra do Curral", disse ela, ao Estado de Minas, ao relatar o teor da plenária com Lula.
"As mineradoras nem representam lá muito da economia: 4% do PIB e, ainda assim, não pagam impostos estaduais. Na hora de a gente reinvestir na diversificação econômica, não acontece - e vão tentando criar uma dependência. Lula falou sobre isso, sobre a fome, sobre a necessidade de superar a minério-dependência e deu sinalização importante aos trabalhadores", emendou a vereadora.
O arco de alianças de Lula tem partidos identificados à causa ambiental, como Rede Sustentabilidade e PV. As duas legendas chegaram a contestar formalmente a licença dada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) à Taquaril Mineração S.A (Tamisa).
Leia também: Serra do Curral: a história do símbolo de BH
O ex-presidente comemorou o fato de ter conseguido começar a erguer uma frente ampla. "É a primeira vez que recebo apoio de todas as centrais sindicais e de todos os partidos progressistas de esquerda em Minas Gerais e no Brasil. Algo novo está acontecendo no nosso país".
PSOL com Lula, mas de candidatura própria em Minas
Apesar da aliança com Lula no plano nacional, o PSOL trabalha por uma candidatura própria ao governo mineiro. A tática deve ser mantida ainda que os partidos do bloco do PT busquem um nome de consenso para enfrentar Romeu Zema (Novo). Nesse cenário, uma das possibilidades é dar apoio a Alexandre Kalil (PSD).
A pré-candidata do PSOL ao Palácio Tiradentes é Lorene Figueiredo, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Segundo Bella, que deve tentar vaga na Assembleia Legislativa, a sigla quer "apresentar opção" à população.
"Zema é filhote de Bolsonaro, abraçado às mineradoras. Kalil, embora tenha acertado muito em aspectos sociais e de enfrentamento à pandemia, também não representa nosso sonho de futuro para Minas Gerais".