O pré-candidato a governador de Minas Gerais, Alexandre Kalil (PSD), participou, nessa terça-feira (10/5), do “1 Centavo Podcast” da TV Alterosa - Sul e Sudoeste de Minas. Durante a entrevista, o ex-prefeito de Belo Horizonte disse que sua campanha será baseada na verdade, criticou a gestão de Romeu Zema (Novo) e afirmou que reinar não é governar.
“Eu não quero reinar (...). Eu não reino, eu governo”, dispara Kalil ao enfatizar que sua campanha rumo ao governo mineiro seguirá a mesma base que, segundo ele, o fez ocupar a principal cadeira do Executivo da capital do estado: o compromisso com a verdade.
“Na minha primeira campanha, eu tinha apenas 20 segundos de TV, o que é o suficiente para falar a verdade. Para enrolar é que você precisa de muito tempo. O povo acreditou que eu faria um bom governo. Então, agora, essa é a mensagem que eu quero levar”, acrescenta, referindo-se à candidatura a governador do estado. “O binômio da minha campanha será saúde e infraestrutura. Não haverá força humana capaz de me deter nisso”, enfatiza.
Kalil relembra quando enxugou a máquina pública e fala sobre a ocupação de espaços públicos em prol do bem coletivo.
Transitando entre passado e presente, “Caso a gente não ocupe debaixo do viaduto, o traficante vai ocupar. Então, coloca lá hip hop, conjuntos, músicas. O que protege a cidade e o estado é a ocupação do bem. Essa é a nossa proposta”, avalia o ex-prefeito de BH, que, quando assumiu o cargo, fez uma ampla redução no funcionalismo público.
“Foi muito difícil, pois, de cara, mandei 3.500 funcionários embora. Era uma estrutura absolutamente inchada. Tínhamos, considerando as regionais, quase 30 secretarias por cidade. Reduzimos para 15 ou 17, não me recordo bem. Reformulamos a equipe, e 90% dos secretários eu não conhecia”, relembra.
Agora, em um novo capítulo na política mineira, o também ex-comandante do Atlético sugere um novo olhar para a população, com melhor destinação de recursos públicos.
“O governo de Minas diz, em seu site oficial, que está disponibilizando por ano um orçamento de R$ 81 milhões para atender 2,7 milhões de famílias. É um belo número, apesar da pobreza em Belo Horizonte. No entanto, isso dá R$ 30 por família a cada ano”, reflete, explicando que os valores são referentes a uma ação social do governo. “Deve ser para dar um copo de ki-suco para cada um”, ironiza.
Conforme o pré-candidato, o governo mineiro tem R$ 35 bilhões em caixa. “Só para um negócio é dada isenção anual de R$ 1 bilhão para dois ou três empresários. Com esse valor (investido em ação social), o auxílio passaria de R$ 30 para R$ 300”, avalia Kalil, enfatizando que Minas “quebrou nos últimos três mandatos” – uma referência à gestão de Zema, do PT e PSDB.
Indireta para Romeu Zema
No ano passado, Zema e Kalil trocaram farpas de forma recorrente. O candidato a governador disse que o pagamento de salários virou “mote político”. Depois de cinco anos e meio de atrasos e parcelamentos, em agosto de 2021, o Executivo estadual passou a quitar os vencimentos no quinto dia útil, o que virou pauta recorrente nos discursos de Zema.
“Enquanto nós mineiros pensarmos que pôr salário em dia e pagar décimo-terceiro são propostas de governo, o estado não se tornará o que ele merece ser. (...) No meu governo, à frente da prefeitura, eu não paguei um dia de salário atrasado e antecipei todos os décimos terceiros, com exceção do ano da pandemia”, alfineta Kalil durante entrevista ao podcast, mas sem citar o nome de Zema.
Importância de Minas
Para Kalil, quem assumir o Executivo nacional “terá uma dívida com Minas”. “Aqui é o segundo colegiado eleitoral do país”, pontua o ex-prefeito, após dizer que o governador tem que saber impor respeito. “Eu sei a importância de ser governador de Minas. O presidente da República tem que me respeitar, seja ele Lula, Bolsonaro ou Ciro”.
Assista a entrevista completa:
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