"Estamos em um ano eleitoral. Tudo foi contaminado em Minas. Aumento dos servidores: contaminado pela política. Renegociação da dívida do estado: manchado pela política. Serra do Curral: manchado pela política", disse, ao EM Entrevista, podcast do Estado de Minas.
A licença concedida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) tem sido questionada por deputados estaduais mineiros e vereadores de Belo Horizonte. Há críticas sobre o andamento do processo, que correu paralelamente aos trâmites para o tombamento estadual da Serra do Curral, ainda sob análise do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico (Conep). Na Assembleia Legislativa e na Câmara de BH, existem articulações por Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) a respeito do caso.
"Temos de saber a hora de fazer política, exploração eleitoral, e a hora de olhar para o desenvolvimento econômico de Minas. São duas coisas diferentes. É preciso separar. Se não, tudo vira uma questão politizada, no mal sentido, de exploração eleitoral, e as coisas não andam", afirmou.
O Copam está vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad). Durante a votação que sacramentou a concessão da licença, foram apresentados estudos técnicos em prol da aprovação dos pleitos da Tamisa. Felipe d'Ávila saiu em defesa dos servidores.
"Precisamos respeitar os pareceres técnicos e os trâmites, mas se está de acordo com as legislações ambiental e de minério, passou por todos os órgãos técnicos e foi aprovado, por que não aprovar? Não foi uma aprovação do governador Romeu Zema. É um processo que tramita há nove anos".
Aliado de Zema não vê Minas refém da mineração
Em meio aos questionamentos sobre a mineração na Serra do Curral, há quem aponte certa dependência de Minas Gerais dos lucros advindos da exploração do solo. O tema foi tratado por Duda Salabert (PDT) durante a edição da semana passada do "EM Entrevista". Felipe d'Ávila, por sua vez, citou ações de Zema para negar que o estado esteja refém das companhias minerárias.
"Não acho que uma dependência do minério aconteça. O governador Zema conseguiu atrair mais de R$ 200 bilhões em investimentos, mostrando a diversificação da economia mineira. Temos, em uma região pobre como o Vale do Jequitinhonha, o crescimento dos painéis solares - energia renovável, boa e limpa. O agro, em Minas, continua sendo muito competitivo, principalmente na exportação", pontuou, mencionando, também, os investimentos em carros elétricos e bateria.
"Estamos diversificando. Mas, evidentemente, a mineração ainda é importante", emendou.
O pré-candidato ao Planalto afirmou que a pauta ambiental é "cara" ao programa que o Novo pretende apresentar ao país. Para ele, o Brasil pode ser "superpotência ambiental", com a plantação de árvores em terras degradadas, o que pode tornar o país carbono neutro - sem emitir gases ligados ao efeito estufa - e gerar renda.
Felipe d'Ávila falou, ainda, sobre a necessidade de diminuir o número de áreas devastadas. "Este governo deixou [o desmatamento] andar de uma forma irresponsável".
A íntegra da participação de Felipe d'Ávila no podcast do EM vai ao ar nesta quinta-feira (12), em vídeo. Será possível, ainda, ouvir o áudio da conversa no Spotify.