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Estado de Minas DISCURSO

Presidente Bolsonaro diz que apenas ditadores temem população armada

Em evento no Paraná, chefe do Executivo federal diz que todo "cidadão de bem" deve adquirir armamento


12/05/2022 04:00 - atualizado 12/05/2022 11:41

Bolsonaro com os braços para cima em meio ao cerco de seguranças
Bolsonaro (PL) em Maringá, no Norte do Paraná, para visitar a 48ª edição da Expoingá (foto: Alan Santos/PR)

Brasília –  O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender o armamento da população. “Somente os ditadores temem o povo armado”, disse ele em discurso na 48ª Edição da Expoingá, em Maringá (PR). O presidente alegou ainda que uma população armada evita “interesses externos na Amazônia”.


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“Dizer, não só ao homem do campo, mas aos homens e mulheres da cidade, que nós implementamos e muito o direito da posse e do porte de armas para vocês. Tenho presente comigo o atual ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, e o meu último ministro da Defesa, general Braga Netto, que bem sabem a importância que uma nação bem-armada é uma forma de evitar qualquer interesse externo sobre a sua pátria. E o Brasil tem uma área que é cobiçada por muitos países que é a nossa região amazônica”.

 

“E para vocês, família brasileira, a arma de fogo é uma defesa da mesma e é um reforço para as nossas Forças Armadas porque um povo de bem armado jamais será escravizado”, disse, sendo ovacionado ao som de gritos de "mito, mito". Ele externou ainda o desejo de que todo “cidadão de bem” adquira uma arma de fogo, para resistir ao que caracterizou de “tentação de um ditador de plantão”. No entanto, o presidente não detalhou a quê se referia.

 

“Somente os ditadores temem o povo armado. Eu quero que todo cidadão de bem possua sua arma de fogo para resistir, se for o caso, à tentação de um ditador de plantão. Ninguém mais do que esse presidente, diferentemente do que a grande mídia diz, é defensor da nossa Constituição e da nossa liberdade”, justificou.

 

Bolsonaro afirmou ainda que seu governo "não aceita provocações”. No entanto, o chefe do Executivo não especificou a que se referia e, em indireta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falou em “ameaça de comunização”. “Vocês sabem que pior que uma ameaça externa é uma ameaça interna de comunização do nosso país. Nós não chegaremos à situação em que vive atualmente a Venezuela.”

 

Bolsonaro falou sobre a guerra na Ucrânia tambem. “Sei que no Paraná tem uma grande comunidade de ucranianos, nossos irmãos que nós recebemos de braços abertos. Dizer a vocês que este governo, mesmo em silêncio ou em contatos variados, tudo fazemos para que a paz seja restabelecida no país de origem de vocês. Não queremos mortes, queremos paz. E nós, cada vez mais, mais do que nos preocuparmos, nos preparamos para que, dessa forma, a paz em nossa terra, em nosso Brasil, seja mantida”, apontou. No último dia 12, ele também falou sobre o assunto: “Meu partido é o Brasil”, disse, repetindo discurso de “neutralidade” em relação ao conflito.

 
MULTA PARA DANIEL SILVEIRA

 

O deputado Daniel Silveira no Palácio do Planalto, em 27 de abril: STF impõe nova multa por falta de uso da tornozeleira
(foto: EVARISTO SÁ/AFP)
Ainda ontem, o deputado Daniel Silveira (PDT-RJ), que recebeu perdão de sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos prisão por ameaças às instituições, foi multado em mais R$ 135 mil pelo ministro Alexandre de Moraes. A nova punição é decorrente do descumprimento do uso de tornozeleira eletrônica. O valor fixado é cumulativo aos R$ 405 mil impostos anteriormente. A defesa do parlamentar tem 24 horas para se manifestar e prestar explicações a respeito do descumprimento das medidas cautelares. Moraes citou que Silveira se negou a colocar o acessório, mesmo diante de ordem judicial.

 

“O réu Daniel Silveira se recusou a assinar o mandado de intimação, mesmo tendo ciência do teor da decisão proferida, o que foi devidamente certificado pela oficial de Justiça”, escreveu Moraes.

 

Segundo o ministro do STF, a postura de Daniel Silveira demonstra desrespeito com a Justiça. “As condutas do réu, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, revelam o seu completo desprezo pelo Poder Judiciário, comportamento verificado em diversas ocasiões durante o trâmite desta ação penal e que justificaram a fixação de multa diária para assegurar o devido cumprimento das decisões desta corte”, escreveu o ministro.

 

A defesa do deputado Daniel Silveira solicitou audiência presencial com Alexandre de Moraes para rever as medidas cautelares impostas pelo magistrado. “O referido pedido é apresentado diante da urgência do caso, já que a decisão agravada determinou a manutenção das medidas cautelares e a aplicação de sanção pecuniária, e, especialmente, em razão da assunção da defesa por nova procuradora, que passará a ser responsável pelo caso, de forma que seja possível que as razões veiculadas no recurso possam ser objeto de diálogo respeitoso e técnico”, escreveu a defesa do deputado.

 

“A defesa apresenta novamente solicitação de audiência presencial, pedindo que seja deferida considerando a indispensabilidade da advocacia para a administração da justiça e em prestígio à ampla defesa e ao contraditório”, escreveu a nova advogada do parlamentar. Mesmo condenado pelo STF, Daniel Silveira recebeu graça constitucional de Bolsonaro e, desde então, vem causando uma crise entre os Poderes. Enquanto a oposição contesta o indulto recebido pelo parlamentar, o bolsonarista afronta o Judiciário. Ele também tem desafiado as decisões da Justiça ao circular sem o equipamento eletrônico no tornozelo, inclusive nas sessões do Congresso Nacional. 


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