Jornal Estado de Minas

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Marido da prefeita de Pedro Leopoldo é exonerado do cargo

A prefeitura de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, anunciou, nesta quinta-feira (12/5), que o chefe de gabinete da prefeitura, Ângelo Tadeu (MDB), marido da prefeita, foi exonerado.
 
De acordo com a nota oficial publicada nas redes sociais da prefeitura, Tadeu deixou o cargo para apoiar candidatos que visam o cargo de deputado estadual na próxima eleição.




 
O momento da saída coincide com a recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Pedro Leopoldo, de exonerar Ângelo Tadeu por considerar a sua nomeação uma violação das normas constitucionais.
 
De acordo com a recomendação, a Promotora de Justiça, Raquel Fernanda Caetano Corrêa Couy, considera a existência de ocupantes de cargos que possuam relação familiar com a autoridade nomeante, no caso a prefeita, uma prática de nepotismo e, assim, pode representar violação aos princípios da impessoalidade, moralidade e eficiência administrativa.
 
Além disso, a recomendação do MPMG levou em consideração que Ângelo Tadeu teve o pedido de registro de candidatura indeferido pela justiça eleitoral, em 2020, que ocasião transferiu a candidatura para esposa que foi eleita.  




 
Na época, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmou entendimento de que a condenação pelos crimes de responsabilidade ensejariam na inelegibilidade do marido da prefeita por oito anos.  
 
A 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Pedro Leopoldo também levou em consideração a condenação de Ângelo Tadeu na Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, cuja sentença foi confirmada pelo TJMG.
 
Na nota oficial, a prefeitura diz que Ângelo Tadeu deixa o cargo tranquilo sobre a total legalidade e continuará fazendo uso da sua enorme experiência política e da sua capacidade técnica para sugerir ações que visem o melhor para todos os moradores de Pedro Leopoldo.
 
Procurado pela reportagem sobre a coincidência da exoneração e recomendação do MPMG, a prefeitura respondeu que: 
 
o então chefe de gabinete foi convidado para ser o coordenador na região, da campanha de candidatos a deputado aliados. Paralelamente ao convite, veio a recomendação do MP. Para não haver desgaste para a administração sobre a questão da legalidade ou não de sua nomeação, mesmo tendo total convicção e vários pareceres de juristas renomados com argumentos para contestar a recomendação da promotoria, Tadeu optou por deixar o cargo, podendo assim aceitar coordenar as campanhas”.