A sinalização dos dirigentes em prol de Reginaldo vai ao encontro do que pediu o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, durante passagem por Minas Gerais. Ele se reuniu com parlamentares do PT em Belo Horizonte e falou sobre duas diretrizes: trabalhar pela eleição do aliado ao Senado e, ainda, manter os esforços para viabilizar a aliança com Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao governo mineiro.
"Nenhum filiado está autorizado a apoiar outra candidatura ao Senado ou negociar apoio em nome do partido. Todas as decisões relativas a candidaturas ou alianças sempre são tomadas de forma coletiva pelos membros da Direção Executiva, seguindo o que determina o estatuto do Partido dos Trabalhadores", lê-se em comunicado emitido pela cúpula petista, liderada em Minas pelo deputado estadual Cristiano Silveira.
Apesar dos acenos mútuos entre PT e Kalil, a aliança pode sofrer abalos antes mesmo de sair do papel. Isso porque os partidários de Lula não abrem mão de ter Reginaldo Lopes na disputa pelo Senado, mas o PSD reivindica a candidatura de Alexandre Silveira à reeleição.
Na sexta, Alexandre Silveira esteve em Curvelo, no Sul de Minas, onde se encontrou com o governador Romeu Zema (Novo). Ele esteve, também, com Virgílio Guimarães, um dos petistas mais próximos a Kalil e entusiasta da composição com o PSD.
"Estamos na discussão com a coligação com o PSD. Eu apoio a ideia da coligação. O Kalil seria o candidato. O PT terá de fazer a opção, mas a maioria da bancada estadual e federal quer a coligação. Eu apoio o Kalil para o governo e o Silveira para o Senado", disse o deputado estadual.
O PT, por sua vez, afirma que a vitória de Reginaldo é uma das "prioridades" do partido no estado - bem como a eleição de Lula e o triunfo sobre Zema na corrida ao Palácio Tiradentes.
"É uma construção coletiva que visa o melhor para o país, sem espaço para projetos e interesses individuais", pontuaram os representantes do diretório mineiro.
A bênção de Gleisi a Reginaldo
O primeiro compromisso oficial de Lula em Minas na última semana foi na segunda (9), em evento originalmente convocado para lançar oficialmente os planos de Reginaldo em direção ao Senado. Apesar da presença de cartazes com fotos de ambos, o ato sofreu certo realinhamento e ganhou o nome de"Lula abraça Minas".
E, embora não esconda o desejo de ser senador, Reginaldo, entregou a decisão às mãos de Lula. "Se o senhor [Lula] compreender que nossa pré-candidatura ao senado vem para contribuir, garantir a vitória e o melhor palanque para o senhor, me coloco à disposição", afirmou.
Em que pese tenha feito as vezes de soldado do PT, Reginaldo chegou a ser recebido pela militância aos gritos de "senador". O cântico recebeu o reforço de Gleisi Hoffmann, presidente nacional petista e deputada federal pelo Paraná.
"Não tenho dúvidas da sua capacidade, da sua liderança e do seu compromisso - não só com Minas, mas com o Brasil", falou.