Após declarar voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial, Alexandre Kalil (PSD) disse, nesta segunda-feira (16/5), querer "marchar" ao lado do líder petista na disputa pelo governo mineiro. A despeito dos impasses que podem inviabilizar a aliança entre PT e PSD no estado, o ex-prefeito de Belo Horizonte disse esperar ter o rótulo de "candidato de Lula" na corrida ao Palácio Tiradentes.
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Kalil afirmou que seguirá na direção oposta de Zema, que, embora tenha o presidenciável Felipe d'Avila em seu partido, vem sendo cortejado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). Parte dos liberais mineiros, aliás, defende o apoio ao atual governador em detrimento a Carlos Viana. "
"Não sei a posição dele . Vai de acordo com o que as pesquisas mostram. Kalil, não. Kalil vai com Lula. Espero que Kalil seja o candidato do Lula; e espero que Lula seja o candidato do Kalil. Que vamos marchar juntos, não há a menor dúvida. Sendo formal , é o que Lula e eu queremos", afirmou.
A ideia do PT é reivindicar espaço na chapa liderada por Kalil. Se a candidatura de Alexandre Silveira ao Senado for mantida, os postulantes do grupo serão apenas de um partido. Isso porque o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus, favorito a ser o vice de Kalil, deixou o PV para se filiar ao PSD no fim de março.
Nesta segunda, Kalil deu continuidade à série de acenos emitidos a Lula. Ele falou sobre as ideias de ambos no campo social. Segundo o pessedista, o atual governo encontra defesa no que chamou de "elite estúpida".
"Pensamos que é muito legal comer uma carne, que é muito feio comer osso; que é muito legal cozinhar com gás e muito feio cozinhar com lenha; que é muito legal ter o direito de tomar cerveja e reunir a família aos fins de semana. Pode parecer uma bobagem para a elite estúpida que tenta dominar o espaço dentro do Palácio Tiradentes, mas para quem perdeu isso, é coisa muito séria".
Como mostrou o Estado de Minas, Lula e Kalil conversaram por telefone no fim do mês passado. O bate-papo foi mediado por Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.
Lula quer esforços do PT para atrair Kalil
Na semana passada, Lula esteve em Minas Gerais para uma série de eventos. Embora tenha sido convidado, Kalil não participou de ato em Belo Horizonte, onde o presidenciável discursou ao lado de líderes de outros partidos que o apoiam, como Solidariedade, PCdoB, PSOL e PSB. Os pessebistas, aliás, tentaram atrair Kalil no fim de março - a costura poderia facilitar a vida de Lula no estado.
A passagem da comitiva de Lula pelo estado serviu, também, para que os petistas discutissem as táticas eleitorais. Embora tenha recebido sinalizações de nomes como o ex-ministro Saraiva Felipe (PSB), disposto a dar palanque a ele em Minas, o ex-presidente pediu que o PT trabalhe para viabilizar a união com Kalil.
"Ele reafirma a legitimidade da construção da pré-candidatura do deputado Reginaldo Lopes, mas diz da necessidade de continuar o diálogo com Alexandre Kalil. No esforço, ainda - dentro do que o prazo nos permitir - de, lá adiante, tentar, quem sabe, entendimento e unidade para uma ampla aliança em Minas Gerais", explicou o deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do PT mineiro.
Nos círculos petistas há quem defenda apoio à reeleição de Alexandre Silveira, posição que chegou a ser tornada pública pelo parlamentar estadual Virgílio Guimarães. Na semana passada, porém, a sigla emitiu nota para reafirmar que a vitória de Reginaldo é uma das "prioridades" em Minas e ressaltar que filiados não podem articular favoravelmente a outros nomes.
Pesquisas reforçam potencial de união
A composição Lula-Kalil é um dos trunfos que o ex-prefeito pode utilizar para crescer nas intenções de voto e encostar em Romeu Zema. Nesta segunda-feira (16/5), o Instituto Paraná Pesquisas mostrou que, ao lado do ex-presidente, o pessedista chega a 34,6% da preferência do eleitorado, ante 33,1% de Zema. Em cenário onde a disputa local não tem influência nacional, Zema lidera, com 46,8%. Kalil, por sua vez, aparece em segundo e soma 26,8%.